O Dia Mundial sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, chama a atenção para os riscos do tabagismo e para a importância da prevenção e do tratamento. Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em janeiro de 2024, mostram que o consumo de tabaco está em queda em todo o mundo. O Brasil se destaca entre os 150 países que registraram redução no consumo. De 2010 a 2024, o país alcançou uma diminuição relativa de 35% no número de fumantes.
Apesar dos avanços, o tabagismo ainda representa uma séria preocupação, principalmente pelos inúmeros problemas de saúde que causa. “A nicotina tem potencial para aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, além de elevar o risco de derrame. Também é importante lembrar que vários tipos de câncer, como de bexiga, boca e esôfago, estão diretamente associados ao tabagismo”, alerta a pneumologista Ana Paula Argôlo.
Apoio gratuito para quem quer parar de fumar
Em Aracaju, quem deseja abandonar o cigarro conta com um serviço gratuito, acolhedor e qualificado, oferecido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Por meio do Programa de Controle do Tabagismo, disponível no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), os pacientes recebem atendimento especializado com uma equipe multiprofissional.
“O programa oferece estratégias terapêuticas, informações sobre os efeitos do tabagismo e suporte medicamentoso, quando necessário. Tudo isso acompanhado por profissionais capacitados, como médicos, psicólogos e assistentes sociais, que auxiliam o paciente em todas as etapas do processo de cessação do tabagismo”, explica a pneumologista.
A médica destaca que o apoio especializado faz toda a diferença. “Menos de 5% das pessoas que fumam conseguem parar sozinhas. Por isso, quem busca ajuda tem muito mais chance de sucesso. O programa é gratuito, vinculado ao SUS e de porta aberta. Basta procurar o Cemar e se inscrever”, reforça.
Histórias que inspiram: vencer o cigarro é possível
O barbeiro Tony Freitas é um exemplo de superação. Após 20 anos como fumante, ele decidiu buscar ajuda e encontrou no programa a motivação que precisava. “Eu queria parar de fumar, mas percebi que sozinho não dava. Um amigo me falou do programa no Cemar. Cheguei lá e vi que o pessoal do grupo já tinha parado e eu ainda não. Isso me motivou a parar também”, conta.
Hoje, Tony comemora três meses sem fumar. “A psicóloga tem me ajudado muito, assim como toda a equipe. Já não uso nem os adesivos. Me sinto bem melhor, minha pele melhorou, meu fôlego está voltando. Foi a melhor decisão que tomei”, celebra.
Atenção aos riscos do Vape
A pneumologista Ana Paula Argôlo também faz um alerta sobre os riscos do cigarro eletrônico, conhecido como VAPE. “Muitas pessoas acreditam, erroneamente, que o VAPE é inofensivo, mas não é. Ele contém nicotina em níveis capazes de gerar dependência em poucos dias de uso. Além disso, libera diversas substâncias cancerígenas. Portanto, não se enganem: VAPE também faz mal e traz riscos sérios à saúde”, alerta.
Fonte: AAN