
“Eu saio para trabalhar e deixo em casa meu esposo e o carinho de toda a minha família, a gente não pode cruzar os braços diante dessa realidade e do cuidado com o próximo. A minha rotina é lidar com a vida e nesse momento nós que estamos na linha de frente só pensamos em salvar essas pessoas que estão precisando de nosso trabalho, dedicação e cuidado. Esse vai ser um ano de marco para a enfermagem e marcará a nossas vidas para sempre”. Esse é o depoimento emocionado da enfermeira da rede estadual de Saúde, Isabela Cordeiro.
Assim como Isabela Cordeiro, o trabalho de auxiliares, técnicos e enfermeiros da rede estadual de saúde tem sido fundamental para o combate à Covid-19. No Dia Internacional da Enfermagem, comemorado nesta terça-feira, 12, profissionais da rede destacam a rotina deles no enfrentamento do coronavírus, dos medos e também da alegria gerada pela recuperação do paciente.
Para quem presenciou a recuperação de um paciente da Covid-19, é um momento inesquecível e que ficará guardado na memória por toda a vida, além do sentimento de dever cumprido e do quanto vale a pena cuidar do próximo. Quando o paciente recebe alta médica e volta pra casa curado, a alegria é contagiante tanto dos pacientes quanto dos profissionais, como explica a técnica de enfermagem da Ala 500 no Huse, Samira Silveira.
“O nosso trabalho e de todos que fazem a equipe da saúde é muito importante, estamos aqui para trabalhar e tratar todos com amor. A gente fica extremamente feliz quando um paciente sai recuperado e vai pra casa. Eles pedem para que as pessoas fiquem em casa, contam suas histórias e luta na recuperação, além de reconhecer o trabalho dos profissionais e o cuidado que temos com eles e conosco também”, ressaltou a técnica de enfermagem.
Vencendo preconceito
A enfermeira Auxiliadora Menezes aproveitou para parabenizar os profissionais da área que se destacam diariamente na luta para salvar vidas, mas não é só de histórias bonitas e de vitórias que vivem esses profissionais. Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, o preconceito também passou a existir por parte dos familiares e pessoas nas ruas. A técnica de enfermagem, Risoleta Batista, sabe muito bem o que é isso.
“Por causa da minha profissão, meu sobrinho e minha irmã precisaram deixar a casa onde moravam comigo. O preconceito nos ônibus também existe quando sabem que a gente é da enfermagem, ficam pensando que a gente está levando a contaminação. A gente ainda está assustado porque alguns pacientes chegam e a gente não sabe se está contaminado, mesmo a gente estando paramentada”, disse Risoleta.
Desafio
A enfermeira da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), Katharina Correia Costa, relata que a situação de pandemia é um cenário desafiador para os profissionais que estão na linha de frente. “Estamos com certeza vivenciando um momento muito desafiador para os profissionais de saúde, principalmente porque estamos lidando de frente com o desconhecido, então a todo momento chegam novos fatos que modificam todo cenário existente. Mesmo trabalhando respaldado com os protocolos mais atualizados possíveis é um cenário realmente de muitas incertezas”, destaca.
A enfermeira Isleide Moraes, do Hospital da Polícia Militar (HPM), salienta que a profissão pode se resumir em uma frase: salvar vidas. “Reconhecer a nossa missão como profissional de saúde é administrar angústia, ansiedade e o medo de algo novo, mas ao mesmo tempo quando se consegue administrar é algo satisfatório, damos o nosso melhor para salvar vidas e contribuir para recuperação desses pacientes que são vítimas da Covid-19”, disse.
Já a enfermeira e coordenadora técnico assistencial da Maternidade de Capela, Elizabeth Cássia, relata a situação atual dos profissionais que tomam como missão salvar vidas.“O momento é de não só vencer os riscos da doença, como também superar o drama do isolamento social. Pois distantes dos nossos familiares, deixando nossos lares para lutar diariamente por vidas com sentimento de dever cumprido”, relata.
Fonte: SES