Congresso do partido único foi o primeiro em quase 40 anos. Órgão apoia impulsão de força nuclear ’em quantidade e qualidade’.
O primeiro congresso do partido único da Coreia do Norte em quase 40 anos adotou formalmente a política de seu líder Kim Jong-un de desenvolver um arsenal nuclear em paralelo ao desenvolvimento econômico, informou neste domingo (8, segunda-feira do horário local) a agência estatal KCNA.
A assembleia política, iniciada na sexta-feira, é considerada como a consagração do líder norte-coreano de 33 anos e confirmação de sua estratégia de “byungjin”, um desenvolvimento paralelo da economia e dos programas nucleares.
O congresso, que tecnicamente é o órgão máximo de decisão da Coreia do Norte, apoia a iniciativa de “impulsionar a força nuclear de autodefesa, tanto em qualidade como em quantidade”, disse a KCNA.
O encontro confirmou o princípio político segundo o qual Pyongyang só utilizará suas armas nucleares no caso de sua soberania ser ameaçada por outra potência nuclear.
Os delegados também se pronunciaram a favor de um esforço para a reunificação da península de Coreia, dividida em dois Estados.
“Mas se as autoridades sul-coreanas optam por uma guerra (…) Nos engajaremos em uma guerra justa para eliminar sem piedade as forças opostas à reunificação”, diz o documento divulgado pela agência oficial.
O partido único reiterou que o programa de armamento nuclear continuará enquanto “os imperialistas persistirem em sua ameaça nuclear”, argumento utilizado há muito tempo por Pyongyang em referência, sobretudo, aos Estados Unidos.
Kim Jong-un ainda não era nascido quando houve o último congresso, em 1980, que consagrou seu pai Kim Jong-il como herdeiro deste regime dinástico fundado por seu avô Kim Il-sung há quase 70 anos.
As especulações sobre a possibilidade de um quinto teste nuclear norte-coreano durante a celebração desse congresso, que deve durar três ou quatro dias, aumentaram nos últimos tempos.
A comunidade internacional impôs uma série de sanções a Pyongyang depois de seu primeiro teste de bomba atômica em 2006, seguido por disparos de mísseis.
O último teste nuclear foi no dia 6 de janeiro, e Pyongyang garantiu que foi de uma bomba de hidrogênio, também chamada de bomba H.
Em seu discurso de abertura do congresso, Kim Jong-un classificou o teste de “histórico”, e disse que ele demonstrava o “espírito invencível” da Coreia do Norte frente à “malévola pressão e às sanções das forças inimigas”.
G1- globo.com