A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade de alta complexidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES), referência em partos de alto risco, disponibiliza atendimento especializado aos bebês prematuros e com necessidades e cuidados especiais através da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin). O objetivo é diminuir as taxas de mortalidade, e promover uma recuperação mais rápida para os recém-nascidos com algum tipo de patologia.
Na MNSL nascem, em média, mais de 400 bebês por mês. Destes, 12% são prematuros. Ou seja: cerca de 50 bebês não completam o período de 37 semanas de gestação. Essa é a mesma média nacional, visto que no Brasil nascem 2,54 milhões de bebês por ano e 340 mil são prematuros.
No mês da prematuridade, a maternidade destaca a importância do Complexo Neonatal da unidade para cuidar destes bebês. O Complexo é composto pela Utin com 34 leitos, Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (Ucinco) com 25 leitos, e Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (Ucinca) – Método Canguru, que consiste em colocar o bebê em contato pele a pele com os genitores. A Ucinca, também conhecida como Ala Verde, tem 27 leitos.
“Ainda faz parte da continuidade do tratamento o Ambulatório de Seguimento do Recém-nascido, o antigo Follow-up, que presta cuidados às crianças que nasceram prematuras na MNSL até os dois anos”, explicou a coordenadora do Complexo Neonatal, a enfermeira neonatologista Vanessa Bispo.
Utin
A Utin é formada pelo Centro de Prematuros Extremos (Cenpre), onde ficam internados para tratamento os recém-nascidos até 1,1 kg; o Box 3 para prematuros de 1,1 kg até 1,5 kg; e os Boxes 1 e 2 para tratamento de prematuros acima de 1,5 kg.
“A transferência depende do perfil do bebê e da avaliação médica. É preciso ver como está o suporte ventilatório do prematuro, nutrição parenteral, monitoramento cardíaco, e se cumpre algumas Resoluções de Diretoria Colegiada (RDCs) para ser transferido”, pontuou a gerente da Utin, Juliana Fonseca.
Por ser uma unidade de alta complexidade, uma equipe multidisciplinar trabalha para ofertar cuidado especializado aos bebês prematuros, como médicos pediatras neonatologistas, geneticista, pneumologista, cardiologista, oftalmologista, cirurgião vascular e pediátrico, ortopedista, entre outros. Também trabalham na equipe profissionais de enfermagem (enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem), fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, farmacêutico por 24 horas, assistente social, nutricionista e terapeuta ocupacional.
De acordo com a gerente da Utin, foi observado que há uma maior incidência de partos prematuros no 2º e 4º trimestre do ano. “Não sabemos a causa, mas anotamos todos os partos prematuros e percebemos que nos meses de abril, maio, junho e outubro, novembro e dezembro aumentam muito. Um exemplo disso é que em setembro tivemos 36 partos prematuros, enquanto em outubro foram 70’, ressaltou Juliana Fonseca.
A dona de casa Vilmara Francisca, de Monte Alegre de Sergipe, município do alto sertão sergipano, foi encaminhada à MNSL com 31 semanas de gestação após os médicos verificarem que ela estava sem líquido amniótico e a pequena Ayla estava em sofrimento. “A minha Ayla Vitória nasceu com 700 gramas e foi para o Cenpre, na Utin. Gostei muito do atendimento, tive apoio psicológico e estou feliz porque a minha filha está com 1,450 g, vai ter alta da Utin e será transferida para a Ala Canguru”, contou.
Foto: Ascom SES