
Os comerciários de Aracaju rejeitaram a tentativa da Força Sindical em dividir a categoria, criando um novo sindicato a partir do desmembramento de alguns segmentos que hoje compõem a entidade que os representam legalmente. Para concretizar essa divisão, foi convocada uma assembleia na quarta-feira, 18, na sede da Força Sindical, cujos representantes, de maneira arbitrária e antidemocrática, quiseram impedir a participação dos trabalhadores contrários à proposta, barrando a entrada deles no local onde ocorreria a assembleia.
“É uma vergonha essa tentativa de fundação de mais um sindicato cartorial. Como eles não têm nenhuma representatividade na base, tentaram impedir a nossa participação na assembleia, que inclusive estava completamente esvaziada”, argumenta o sindicalista Ronildo Almeida, presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços do Estado de Sergipe (FECOMSE).
A situação chegou a tal ponto que foi necessária a interferência da Polícia para conter os empurrões e as agressões verbais dos representantes da Força Sindical, que não aceitavam a participação dos trabalhadores contrários à divisão – foi inclusive prestada queixa sobre as agressões sofridas por esses comerciários.
Sindicato de luta – Depois de muito empurra-empurra, os comerciários conseguiram dar andamento à assembleia, previamente convocada por edital no Diário Oficial da União, debateram e votaram NÃO, por unanimidade, à criação de outro sindicato para representá-los. A categoria também aprovou na assembleia, presidida por Denison Ramos Barreto, a não-autorização do desmembramento da representatividade do Sindicatos dos Empregados no Comércio de Aracaju e suas Abrangências Intermunicipais do Estado de Sergipe. É importante lembrar que legalmente não se pode ter mais de um sindicato representando a mesma categoria – esse grupo, inclusive, já teve impugnado em Brasília um sindicato que tentou criar por não ter amparo legal.
“O Sindicato dos Comerciários de Sergipe tem um grande serviço prestado à categoria, com melhorias econômicas e sociais. Tem uma das melhores convenções coletivas do país, graças à luta e atuação deste sindicato. É um absurdo querer dividir a categoria. Quem sai ganhado é a classe patronal. E ainda dizem que estão ao lado dos trabalhadores. Como?”, questiona Ronildo Almeida.
Por Tereza Andrade