O governador Jackson Barreto visitou as obras de implantação da Usina Termoelétrica Porto de Sergipe nesta quinta-feira (18). O intuito foi acompanhar o andamento das obras, que estão com aproximadamente 35% dos serviços executados. A Centrais Elétricas de Sergipe (Celse) está construindo a UTE Porto de Sergipe, usina termoelétrica que integra o Complexo de Geração de Energia Governador Marcelo Déda, e será a maior do gênero na América Latina. O empreendimento receberá cerca de R$ 5 bilhões em recursos, o maior investimento feito pela iniciativa privada no estado.
Para Jackson, a evolução da obra, quando comparada à última visita feita por ele em 2017, é surpreendente. “Estamos vendo que tudo está sendo cumprido nos prazos que foram definidos e anunciados. A obra está muito avançada, muito diferente do ano passado, quando estivemos aqui. E o mais importante, não apenas o compromisso no avanço da obra, o que nos deixa tranquilos quanto ao sucesso da implantação dessa termoelétrica, mas também com relação à geração de emprego. A questão dos empregos é muito importante do ponto de vista do compromisso social, trazer uma empresa deste porte significa ajudar o estado e o país a se desenvolver, e gerar renda para nossa população. A empresa está cumprindo rigorosamente tudo aquilo que foi acertado, e o mais importante, colocando Sergipe num patamar não apenas a nível nacional, mas também internacional, na produção de gás”, declarou.
De acordo com o diretor de Operações da Celse, Édio José Rodenheber, são 1.400 empregos gerados atualmente pelas obras da Porto de Sergipe. Desses, 70% são preenchidos por sergipanos. “Estamos na fase de obra civil. A partir do próximo mês, a gente começa a fase de montagem eletromecânica. A Celse, para evitar que houvesse falta de transparência, criou uma central de recebimento de currículos de pessoas do estado de Sergipe. Esses currículos são cadastrados, todas as demandas de empregos da Celse, contratadas e subcontratadas são enviadas para lá e os currículos são selecionados e enviados para as empresas. As empresas selecionam e entrevistam no nosso espaço, há uma equipe trabalhando só na coleta de currículo. Claro que, quando não se consegue dentro de centro de currículos uma mão de obra com a qualificação necessária, nós trazemos de fora. E isso acontece porque temos aqui tecnologia da Suíça, Estados Unidos, Coreia. Mas, até hoje, nós temos conseguido manter o patamar de 70% da mão de obra sergipana. Nosso planejamento nos leva a estimar que chegaremos a 2.500 empregos diretos no segundo semestre”, informou.
Rosilane Ferreira dos Santos trabalha como auxiliar de serviço gerais na obra e contou da realização e voltar ao mercado de trabalho após dois anos desempregada. “Coloquei meu currículo na galeria e fui chamada. Estou muito feliz. Moro na Barra há 15 anos e tenho dois filhos, é uma felicidade poder ter esse emprego”.
Cezar Ribeiro também estava há dois anos desempregado e conseguiu uma oportunidade de trabalho na Celse. “Coloquei meu currículo e fui chamado pra trabalhar aqui na obra. Minha família ficou muito feliz quando soube que teria essa oportunidade”, comemorou.
Eficiência térmica
A Usina está prevista para entrar em plena operação em janeiro de 2020, e terá a capacidade de gerar 1,5 (GW) de energia elétrica. Para dimensionar o empreendimento, deve-se assinalar que a UTE Porto de Sergipe poderá sozinha atender a 30% da demanda de toda a região Nordeste. Quando consolidado, é um projeto que equivale a Usina de Xingó.
Hoje, a maior usina em operação no Brasil é a do Complexo Parnaíba, no Maranhão com uma produção de 1.425 MW. Segundo o diretor de Operação da Celse, Ronan Dias, a Porto de Sergipe possui uma tecnologia mais moderna. “Embora essa tecnologia de ciclo combinado já esteja disponível no País, essa é uma usina superior a outras. Enquanto as melhores usinas de ciclo combinado existem com uma eficiência de 55%, esta aqui, terá uma eficiência de 62,5%, isso faz com que se produza mais energia com uma quantidade menor de combustível. Esse é o uso racional do recurso, o que também preserva as condições ambientais com baixas emissões de poluentes”.
Ronan explicou que a Porto de Sergipe além de ser a maior usina termelétrica em construção no País, também será a mais eficiente já que gerará mais energia com menos gás. “Para se ter uma ideia, hoje, as usinas disponíveis no Maranhão que utilizam gás natural, produzem 8, 4 milhões m³ para a produção de 1.425 MW de energia. Já esta usina, terá a capacidade de produzir 1.551 MW, com consumo de 6 milhões m³ de gás natural”.
Parte do projeto da UTE Porto de Sergipe é a construção de um terminal de regaseificação offshore na costa de Sergipe. O gás será fornecido pela Ocean, joint venture formada pela Qatar Petreleum e a ExxonMobil. O Terminal será um navio cuja construção já foi iniciada na Coréia do Sul e será instalado próximo às instalações do Terminal Marítimo Inácio Barbosa – TMIB.
Cadeia produtiva
O investimento recorde abrirá caminhos para outros investimentos. “Significa a formação de uma cadeia produtiva que é o sonho de todos nós. Queremos que ela esteja aqui pronta e seja o elemento indutor para a chegada de outras novas empresas. Já estão até vendo leilão para a energia, discutindo a produção de energia da linha do conjunto Jardim até Xingó, isso tem sido para Sergipe uma coisa muito importante. Ao lado disso, seria muito importante se pudermos avançar na questão da construção de novos parques eólicos, que a gente está esperando que aconteça com o parque de Riachão do Dantas”.
A Celse planeja ampliar a geração de energia termelétrica com os projetos Laranjeiras II e Marcelo Déda, também integrantes do Complexo de Geração de Energia, o que totalizará a geração de 3 GW. Ademais, funcionará também como um atrativo para investimento em outros setores de geração de energia renovável.
A norte-americana General Eletric (GE) vai fornecer o equipamento para a Usina Termoelétrica. Em 2017, a GE Power Eletrics assinou extensão de contrato com a Celse no valor de US$ 216 milhões. Com isso, o contrato total da GE com a Celse chega a US$ 1,116 bilhão. O contrato prevê a operação e manutenção, além de soluções digitais que poderão melhorar a eficiência da Termoelétrica Porto de Sergipe, a maior da América Latina.
No final de dezembro, o cônsul dos Estados Unidos no Recife veio ao estado de Sergipe e, acompanhado do vice-governador e secretário-chefe da Casa Civil, Belivaldo Chagas, visitou as obras da UTE Porto de Sergipe.
Com o andamento das obras da UTE Porto de Sergipe, algumas empresas já manifestaram à Codise interesse em se instalar próximo ao Terminal Marítimo Inácio Barbosa.
Outro benefício trazido pela empresa diz respeito ao incentivo à pesquisa cientifica em Sergipe. Quando em operação, 1%da receita operacional líquida que será destinado pesquisa científica no estado. Destes, 40% direcionados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico – FNDCP, 20% para o MME e os outros 40% para pesquisa e desenvolvimento gerado pela usina.
“O governo do Estado já vai começar a orientar às universidades e centros de pesquisa de Sergipe para iniciarem projetos, para quando esse recurso tiver disponível, já saibam como poderão concorrer e, assim, ampliar a pesquisa científica no nosso estado. A usina também ajudará a fomentar o conhecimento em Sergipe, mas uma forma de contribuir com o desenvolvimento do estado”, disse Jackson.
Imóveis culturais
No início de dezembro, o governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, e a Celse celebraram Protocolo de Intenções definindo o patrocínio da empresa a obras de preservação do patrimônio cultural e histórico de espaços públicos de Sergipe.
A Celse, atendendo a demanda da Secult, assegurou fazer a reforma do Teatro Tobias Barreto, do complexo da Biblioteca Pública Epifânio Dória e do Arquivo Público de Sergipe.
Agência Sergipe de Noticias