Nesta primeira ação, o projeto iniciado no Creja Severino Uchoa contemplou 70 alunos
A Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), por meio dos programas Saúde na Escola (PSE) e Acolher, promovidos pelo Departamento de Apoio ao Sistema Educacional (Dase), deu início, na última sexta-feira, 13, ao ‘Projeto de círculos de construção da cultura da paz e da não violência’, no Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos Severino Uchoa (Creja), localizado no bairro Getúlio Vargas, em Aracaju. São parceiros desta ação a Fundação Renascer e a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
De acordo com a técnica do programa Saúde na Escola da Seduc e coordenadora da ação educativa, Claudia Paixão, a escolha dessa unidade escolar para a realização de um projeto piloto sobre construção da cultura da paz e da não violência deve-se ao fato de o Creja Severino Uchoa ser um caso atípico dentro da rede estadual. “No passado, essa escola chegou a ter cerca de 1.300 alunos matriculados; no entanto, hoje temos em torno de 600 matrículas devido à evasão escolar. Além disso, nessa escola há muitos jovens em cumprimento de medida socioeducativa, daí a nossa preocupação em garantir um ambiente escolar acolhedor, com uma cultura de paz e de não violência para que esses estudantes permaneçam com seus estudos”, afirma.
Claudia acrescenta que nessa primeira ação foram mobilizados oito profissionais do programa Acolher e contemplados cerca de 70 estudantes. “Nossa intenção é seguir com os círculos de construção da cultura da paz e da não violência, nos turnos manhã e noite, para contemplar todos os estudantes matriculados no Creja Severino Uchoa”, reforça.
A coordenadora do programa Práticas Restaurativas e Cultura de Paz, da Fundação Renascer, Elaine Santana, esteve presente na ação escolar. “O círculo de diálogo, por meio das técnicas e metodologia da Justiça Restaurativa, nos proporciona trazer para os jovens o conhecimento e a possibilidade de falar sobre o que eles sentem em relação à escola, dentro de uma dinâmica na qual as falas e os sentimentos deles são respeitados”, explica.
A Justiça Restaurativa é um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência, e por meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato, são solucionados de modo estruturado. Ela busca a solução de conflitos por meio do diálogo e da negociação, com a participação ativa dos envolvidos em um conflito.
A aluna do 7º ano do Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos (EJA), Sônia Maria Souza Santana, de 75 anos, retornou à escola há dois anos e se sente feliz com a decisão. “Eu saí do Sesc, onde fiz a alfabetização, e vim para esta escola, onde fui muito bem acolhida. Estou muito feliz, porque os professores e os colegas são ótimos. Também estou achando maravilhoso o círculo de construção da cultura de paz, pois deixa a gente com a mente mais leve. Acho que é uma forma eficaz de mediar conflitos no ambiente escolar”, finaliza.
Por Michele Becker