O cidadão da cidade de Propriá entrou na Justiça para requerer o direito de cota racial que lhe está sendo negado após efetuar concurso público da EBESERH em Lagarto que ocorreu no dia 15 de janeiro de 2017.
Segundo informou Gabriel Ramos mesmo preenchido o “Auto de Declaração de Cor” e após sua aprovação no referido concurso para exercer o cargo de enfermeiro assistencial a banca examinadora lhe fez vários questionamentos em relação à suas características fenotípicas, a cor da pele, e o reprovou após ele afirmar que se considerava de cor “parda”.
Segundo escreveu Gabriel ao site Propriá News:
“[…] A Banca Examinadora é composta por servidores públicos a exemplo de auxiliares de enfermagem, psicólogo, mestres e doutores em antropologia, psicologia e outros, e ainda tem a participação do grupo Negro do Brasil. No auditório da Faculdade Pio décimo, todos os representantes da banca examinadora se apresentaram, e fomos informados que haveria uma entrevista informal (que não estava no edital), mas que o objetivo da entrevista não influenciaria no teste, pois iriam se ater apenas nas características fenotípicas e tão somente como descreve o edital. Fui para entrevista de peito aberto porque tenho plena convicção de que sou pardo, seria forçoso dizer que sou branco e que também seria preto. Na entrevista, do meu lado uma pessoa parda disse que era preta, mas é de cada uma na auto declaração, e que participava dos movimentos negros, os entrevistadores ficaram de sorriso largo. Na minha vez perguntaram sobre a minha mãe, disse que era mais escura que eu, e meu avô mais escuro, respondi não disse preto. Na realidade eles queriam que eu dissesse que meus pais são pretos, mas na do pardo para chegar ao preto eu acredito que preto existem tantas tonalidades de cor que não soube denominar, e isso me deixou envergonhado por toda aquela situação (constrangimento). Bem, saiu o resultado e literalmente estou BEGE! Moreno de nascença não ser considerado pardo? Afinal o que sou nesse balaio de gato? Pois no final percebe-se que a entrevista, foi tão valiosa e que a verdade na realidade não está nos olhos de quem vê, mas nos ouvidos.”, lamentou.
Aguardando pela administração do concurso que possa rever a situação, Gabriel Ramos decidiu: “Tive que constituir um advogado para ver toda situação perante a Justiça onde tenho certeza que meu direito será garantido.”, afirmou Gabriel Ramos.
O site não conseguiu contato com a administração da EBESERH que pode manifestar-se através do telefone: (79)-9-9611-0074.
Por Adeval Marques/Propriá News