Curso contribui para a formulação de políticas públicas efetivas e para a prevenção de novas mortes evitáveis
Com o intuito de fortalecer a atuação das equipes hospitalares no preenchimento correto das fichas de investigação de óbitos, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública (ESP-SE), realizou nesta quarta-feira, 11, uma capacitação voltada aos profissionais da rede hospitalar e membros dos núcleos de vigilância epidemiológica de Sergipe.
O curso teve como foco aprimorar o conhecimento técnico sobre investigação de óbitos hospitalares, especialmente os maternos, infantis e fetais, considerados eventos sensíveis à qualidade da atenção prestada no sistema de saúde. A ação busca garantir que os dados gerados sejam mais precisos, contribuindo para a formulação de políticas públicas efetivas e para a prevenção de novas mortes evitáveis.
De acordo com a médica sanitarista Priscila Batista, o treinamento é essencial para assegurar que os profissionais estejam preparados para identificar e investigar corretamente os óbitos. A notificação correta do óbito é parte fundamental desse processo, pois contribui para o entendimento da real situação de saúde do estado.
“O óbito materno, por exemplo, é um indicador crítico. Temos um prazo de até 48 horas para notificar e iniciar a investigação. É preciso que os profissionais estejam atentos e saibam identificar desde uma gravidez recente até complicações que surgem após o parto”, explicou Priscila.
O gerente dos Sistemas de Informação em Saúde da Vigilância Epidemiológica, Paulo Ribeiro, ressaltou que o curso busca qualificar os registros hospitalares com informações mais específicas. “A capacitação permite entender com clareza a causa da morte, ajudando a direcionar ações de saúde mais eficazes. Estamos lidando com dados que interferem diretamente nas políticas públicas de prevenção e assistência”, afirmou.
De acordo com o gerente, além dos óbitos maternos, também entram no escopo da investigação os casos de mortes infantis e fetais, bem como os óbitos por causas mal definidas. “Esses indicadores refletem diretamente a qualidade da assistência, desde o pré-natal até o pós-parto. A investigação ajuda a apontar onde ocorreram falhas para que não se repitam”, completou.
Segundo o enfermeiro e epidemiologista do Hospital da Criança, em Aracaju, Luciano Jorge, capacitações como essa permitem alinhar os procedimentos e fortalecer o trabalho em rede. “Temos 75 municípios com diferentes realidades e demandas. Essa formação ajuda a padronizar os processos, ouvir as dificuldades e construir soluções conjuntas. Além disso, impulsiona a criação de políticas públicas mais assertivas”, avaliou.
Fotos: Nucom Funesa