Com a presença de cerca de 150 profissionais, entre médicos e enfermeiros da Atenção Primária, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública (ESP-SE), promoveu nesta quinta-feira, 31, o Seminário para Prevenção de Internações por Causas Sensíveis na Atenção Primária da Saúde (APS). A atividade teve como foco sensibilizar os participantes quanto ao manejo de condições agudas e crônicas agudizadas no âmbito da Atenção Primária, com o intuito de reduzir os encaminhamentos desnecessários aos hospitais regionais.
Durante o evento, foram apresentadas estratégias para reorganizar os fluxos de atendimento, fortalecer o acolhimento nas Unidades Básicas de Saúde e garantir que os serviços de média e alta complexidade sejam acessados por pacientes que realmente necessitem. A proposta integra o fortalecimento da Rede de Atenção à Saúde e valoriza o papel da APS como coordenadora do cuidado e porta de entrada prioritária do SUS.
Segundo a referência técnica em doenças crônicas da Diretoria de Atenção Primária à Saúde (Daps), Laís Menezes, a ação buscou reforçar a importância da assistência resolutiva na atenção básica. “O objetivo é organizar o atendimento na Atenção Primária para que os pacientes sejam acolhidos e tratados nas unidades básicas, evitando a sobrecarga da rede hospitalar e garantindo assistência qualificada para quem realmente precisa da atenção especializada”, explicou.
De acordo com a coordenadora de articulação da Rede APS da Daps, Bianca Evangelista, o seminário representa um passo importante para fortalecer o vínculo entre Estado e municípios na organização do cuidado. “Quem acolhe o usuário no território é a equipe da Atenção Primária municipal. O papel do Estado é induzir esse processo e estimular o olhar estratégico para o acesso nas unidades, seguindo os princípios da Política Nacional da Atenção Básica”, destacou.
Para o médico da Atenção Primária do município de Estância, no sul sergipano, Natanael Lima, a capacitação é essencial para reforçar o papel da APS na prevenção de agravos e na promoção da saúde. “Nosso papel é evitar que doenças tratáveis na Atenção Primária lotem excessivamente os serviços de urgência. Se o paciente seguir o tratamento corretamente, com medicamentos, boa alimentação, atividade física e saúde mental em dia, ele pode ter uma vida normal, com qualidade e autonomia”, avaliou.
A médica da Estratégia de Saúde da Família de Aracaju, Tatiana Nascimento, ressaltou a importância da oficina como ferramenta de qualificação da assistência. “É essencial ajustar o processo de trabalho para que a unidade funcione de forma resolutiva, diminuindo as hospitalizações. Organizar a agenda para atender tanto os casos agudos quanto os pacientes crônicos é um dos caminhos para garantir o acesso e qualificar a assistência”, afirmou.