Na assembléia extraordinária realizada na tarde desta segunda (4), a categoria representada pelo SINTRASE votou pela suspensão da greve da Administração Geral. Â Os servidores, paralisados há 27 dias, devem voltar às atividades a partir das 6h desta terça, dia 5.
Na pauta do encontro, realizado na sede do sindicato, o encerramento da greve foi condicionado ao desbloqueio salarial dos servidores, arbitrariedade que foi cometida pelo Governo do Estado na última sexta, dia 1º, já que a medida foi tomada antes mesmo de a paralisação ter sido decretada ilegal pela Justiça. “Contabilizamos mais um absurdo cometido pelo Estado; uma ação de imoralidade e ilegalidade que afetou mais de mil servidores porque estavam participando da greve e lutando pelos seus direitos”, afirmou Diego Araujo, presidente do sindicato. A categoria pedia o reajuste do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) em 24,31%, devido ao índice inflacionário que sofreu defasagem de dois anos, porque o Plano foi aprovado em 2014, mas só foi implementado no último mês de maio.
O SINTRASE até a tarde de hoje (4) não foi notificado pela Justiça sobre a ilegalidade da greve. Mas, de acordo com a nota lançada pelo Governo, os impasses seriam resolvidos assim que os servidores retornassem aos postos de trabalho. “Ou seja, os salários devem ser desbloqueados caso haja o retorno ao trabalho, fato este que demanda urgência para a categoria e, obviamente, influenciou na decisão que culminou no término do movimento paredista”, declarou Diego. Â
Na nota enviada à imprensa também há a informação de que o retorno teria de ser imediato, com multa prevista de R$5 mil diários em caso descumprimento. “Como não fomos notificados judicialmente até o momento, foi decidido em assembleia que o retorno seria, então, a partir das 6h de amanhã (5)”, informou o presidente.
O encontro desta segunda, de caráter urgente, aconteceu um dia útil após a divulgação da determinação judicial que decretou a ilegalidade da greve, de decisão do desembargador Edson Ulisses, publicada na última sexta, 1º. No mesmo dia, o Governo lançou uma nota afirmando que os salários seriam desbloqueados quando os servidores voltassem às atividades, fato que influenciou na decisão pelo encerramento da paralisação.
Apesar da celeridade para realização de assembleia, a convocação desta segunda atendeu aos princípios legais, como o da publicidade. Ainda segundo o setor jurídico do sindicato, as medidas cabíveis estão sendo tomada, como ação de danos morais contra o Estado, relacionado ao bloqueio abusivo dos salários dos servidores.
Fonte: Ascom/Sintrase