Giulia Pardo estudou no Colégio Atheneu Sergipense e foi aprovada no curso de Enfermagem
Do Atheneu Sergipense para a Universidade de São Paulo (USP). A aluna Giulia Oliveira Pardo, 18, aluna de escola pública estadual de ensino integral foi aprovada em 1º lugar para o curso de Enfermagem. Ela está matriculada no colégio desde o primeiro ano do ensino médio e já obteve destaque recentemente por ser a única representante sergipana no programa Parlamento Jovem Brasileiro, no qual, durante uma semana, atuou como deputada na Câmara, em Brasília.
Focada em estudar na área da saúde, especificamente no curso de Medicina, Giulia, está na lista de espera para graduar-se na área pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), campus Lagarto. A jovem estudou até o ensino fundamental em escola particular, porém decidiu dar um novo rumo a sua vida, e para isso escolheu o Colégio Atheneu Sergipense.
“Ir para escola pública foi totalmente opção minha, pois não me sentia mais bem em unidade de ensino particular. O único colégio que tinha em mente para ir era o Atheneu. Foi um choque ir para uma escola pública e, de cara, com modelo de ensino integral, no qual tinha que passar o dia todo, sem conhecer ninguém. Na época me julgaram muito pela decisão, mas me adaptei bastante ao Atheneu e fiz amigos”, relembra a estudante.
O Atheneu, assim como os centros de excelência Ministro Marco Maciel, no bairro 18 do Forte, e Vitória de Santa Maria, todos em Aracaju, oferta educação médio em tempo integral. Esse modelo de educação, segundo Giulia, foi fundamental para sua formação e aprovação em instituição de ensino superior.
“O ensino integral foi muito importante para mim para ampliar meu conteúdo. No Atheneu, a gente tem aulas de iniciação científica, temas transversais, práticas esportivas e artes cênicas. As de temas transversais foram importantes principalmente porque abordamos sobre a vinda do negro para o Brasil e isso ajudou nas duas aplicações do Enem. Por isso considero importante abordar conteúdos extracurriculares e poder fazer projetos relacionados a isso. O Parlamento Jovem Brasileiro só foi desenvolvido porque eu tinha um professor de horário de estudo, que conseguia sentar comigo para desenvolver esse projeto”, declarou a jovem.
Para ela, ser aprovada no vestibular é algo gratificante, principalmente pela classificação ter relação com seus estudos em escola pública. “A conquista foi uma sensação única e o melhor de tudo é saber que sou aluna de uma unidade pública de ensino, e que qualquer um pode chegar a qualquer lugar, dependendo apenas de cada pessoa, da comunidade na qual a escola está inserida e da equipe de professores e coordenação. Acho que esses são fatores muito importantes”, comentou.
Giulia enfatiza que o ensino integral faz a diferença e que um dos detalhes dessa modalidade de ensino é o acompanhamento realizado pelos professores. A estudante conta que os docentes do Atheneu passam o dia todo no colégio, junto aos alunos, e que juntos, todos formam uma família. “Há professores que são como pais para mim, pois me ajudaram a crescer bastante. E muitos deles sabem da nossa história de vida. Eles são atuantes, têm contato com nossos familiares, participam ativamente da nossa vida e desenvolvem projetos até para elevar nossa autoestima”.
A mãe da jovem, a gestora da área da saúde Cláudia Pardo, disse que sempre apoiou a filha na decisão de estudar em escola pública, e que, se tivesse mais filhos, os matricularia também no Atheneu Sergipense. “A unidade de ensino pública para ela foi a melhor coisa que aconteceu em termos de formação de personalidade. Ela falou comigo que queria estudar no Atheneu e o apoio foi imediato. A vivência do ensino integral é muito importante. Na escola particular ela não tinha isso. Tenho muito a agradecer a equipe do Atheneu”, pontuou, acrescentando que ficou emocionada ao acompanhar a comemoração dos demais estudantes aprovados.
De acordo com o diretor do Atheneu, Daniel Lemos, o ensino médio em tempo integral ofertado pela unidade de ensino contribui significativamente para o bom desempenho apresentado por seus estudantes. “Por ser integral, temos uma taxa de permanência elevada, próxima dos 100%. Isso cria em nossos estudantes um vínculo de pertencimento com a escola e se reflete nos resultados conquistados por eles”, afirma.
Ensino integral
Atualmente, a rede estadual de ensino dispõe de três escolas com ensino integral (com sete horas diárias de aula) implantando desde 2009: colégios estaduais Atheneu Sergipense, Vitória de Santa Maria e Ministro Marco Maciel. As unidades apresentam resultados superiores à média das demais escolas estaduais e, diante dessa experiência, a gestão estadual pretende implantar o sistema integral em mais 37 unidades de ensino da rede, possibilitando que os estudantes tenham oportunidade de cursar a última etapa da educação básica em regime integral.
Essa medida adotada pelo governo estadual será implementada gradativamente, a partir do ano levito 2017, em 18 das 37 unidades de ensino que foram previamente selecionadas, e visa a atender a dispositivos previstos no Plano Nacional de Educação (Lei Nº 13.005, de 25 de junho 2014) e no Plano Estadual de Educação (Lei Estadual nº 8.025/2015), os quais estabelecem que a Educação em Tempo Integral deve ser ofertada em, no mínimo, 50% das escolas públicas até 2024.
“O governo federal publicou em outubro de 2016 o Programa de Fomento à implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, a partir do qual lançou edital para financiar as escolas que adotarão esse modelo de ensino. Sergipe, por apresentar um projeto consistente e elaborado criteriosamente, foi o estado que conseguiu aprovar o maior número de escolas, e, consequentemente, cada uma dessas unidades educacionais será beneficiada com recursos para serem investidos em melhoria da infraestrutura”, afirmou o secretário de Estado da Educação, Jorge Carvalho.
O gestor explica que os repasses de recursos do governo federal para as escolas que adotarão o ensino médio integral serão feitos ao longo de dez anos e serão aplicados em melhoria das instalações físicas das escolas, como construção de quadras poliesportivas e refeitórios, nas escolas onde ainda não houver esses espaços, e na construção e modernização de laboratórios de ciências e bibliotecas, por exemplo. “Cada uma dessas escolas receberá, este ano, apenas para investimentos em infraestrutura, entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. Para 2018, será repassado R$ 1,6 milhão; e em 2019, os valores chegarão a R$ 2,5 milhões por escola”, enfatiza Carvalho.
Para a estudante Giulia Pardo, o ensino integral deveria ser ofertado em outras escolas. Ela justifica a afirmação pontuando as vantagens da modalidade de ensino. “Com o ensino integral, o colégio vira realmente a segunda casa da gente. Às vezes se tornando até a primeira. Acho que criamos laços maiores com os professores e estudar acaba se tornando mais que uma obrigação, se tornando um estilo de vida. Enquanto na grade normal de ensino aprendíamos mais o conteúdo do ponto de vista teórico, nas aulas optativas, que há a iniciação científica e temas transversais, vemos isso de forma mais dinâmica e que ajuda muito a entender o conteúdo”, enfatizou.
Fonte: Ascom/SEED