A alimentação é um forte indicador social. A frase “você é o que come” faz muito sentido quando comparamos a nossa alimentação com o bem-estar que temos, e bem-estar quer dizer um conjunto de práticas que envolve, entre outras coisas, uma boa nutrição que, consequentemente, tem ligação direta com a nossa saúde. Foi pensando em fomentar uma série de ações voltadas para o combate à fome, à pobreza e incentivo à boa alimentação que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), uma agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), instituiu a data 16 de outubro como sendo o Dia Mundial da Alimentação.
Uma boa alimentação, contudo, não significa se privar de determinados componentes que encontramos na comida, mas, saber equilibrar cada um dos nutrientes. Seja a proteína, o carboidrato, a fibra, as vitaminas, tudo é necessário para manter o corpo saudável, porém, é preciso atenção com aquilo que é ingerido.
A nutricionista da Secretaria Municipal da Assistência Social, Tatiana Canuto, explica que uma boa fonte de pesquisa para uma alimentação saudável é o Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado pelo Ministério da Saúde. Ele indica que a alimentação tenha como base alimentos frescos (frutas, carnes, legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e frutas secas), além de evitar os ultraprocessados (como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e refrigerantes).
“O guia é um ótimo reforço daquilo que muita gente já sabe. Sempre devemos preferir os alimentos in natura e esses alimentos devem ser a base de qualquer uma das nossas refeições. Nós dizemos que quanto mais colorida for a comida, mais nutritiva ela será. Porém, quando falamos ‘colorida’ estamos falando de alimentos in natura, vale ressaltar”, frisou Tatiana.
Para a nutricionista, com a globalização, os hábitos alimentares foram mudando e, no Brasil, especificamente, muitos alimentos de outros países foram incorporados à dieta do brasileiro, mas isso nem sempre é positivo. “O brasileiro incorporou a moda americana em diversos aspectos, inclusive o alimentar. Vemos muita gente trocando comidas saudáveis por alimentos ultraprocessados e isso é preocupante”, afirmou.
Um dos malefícios de uma alimentação ruim, destacado pela nutricionista, é o aumento de doenças como diabetes e hipertensão. “Muitas vezes, ao optar por refeições rápidas e prontas, muito por conta da correria do dia a dia, as pessoas passam a se alimentar mal. Isso vai ser refletido no futuro. Temos, hoje, dados que mostram o aumento de pessoas obesas, por exemplo. O problema não é a obesidade, mas o que ela pode acarretar, como por exemplo, doenças como diabetes e hipertensão que, por sinal, também têm crescido no país”, destacou Tatiana.
Mercados e feiras como promotores da boa alimentação
A nutricionista defende o crescimento do número de locais que ela chama de “promotores da boa alimentação”, como os mercados e feiras. Em Aracaju, além das feiras livres nos bairros que acontecem de terça a domingo, os mercados Albano Franco, no Centro, Milton Santos, no conjunto Augusto Franco, Carlos Firpo, no Siqueira Campos, e Miguel Arraes, no Bugio, são locais em potencial para se encontrar componentes ideais para uma alimentação equilibrada e natural.
“Algumas pessoas têm a ideia que uma alimentação saudável custa caro, mas, se adquirirem o costume de ir a feiras e mercados, vão perceber que sai muito mais em conta do que se forem aos supermercados, e ainda evitam as tentações das prateleiras carregadas de alimentos ricos em gordura, açúcares e sal”, disse Tatiana.
No mercado Central, por exemplo, uma grande variedade de alimentos é encontrada na divisão de cada setor. Seja na seção de hortifruti, carne ou pescados, o que não faltam são opções para montar um cardápio equilibrado. “Os mercados e feiras são bons locais até para levar as crianças. Elas precisam entender que nada vem da caixinha e nós, adultos, temos que começar a ver esses lugares como fundamentais para pesquisar todo tipo de opção de alimentos. Por isso que acredito que é preciso que haja o aumento desses locais promotores da boa alimentação”, reforçou.
Organização ajuda na boa alimentação
Tatiana Canuto explica ainda que, além de optar por alimentos naturais, é necessário se organizar. Numa época em que a falta de tempo dita as regras, a nutricionista aconselha modificar alguns hábitos. “Não adianta a gente abastecer a cozinha de comidas saudáveis e depois, com a desculpa da correria, continuar ingerindo alimentos processados por causa da praticidade. É preciso se organizar, aproveitar um tempinho no domingo à noite, por exemplo, para separar o que vai comer durante a semana. Assim, todos os dias, a comida já estará devidamente pronta e separada para o consumo”, aconselhou.
Prefeitura apóia a boa alimentação
Consciente da importância da boa alimentação para o desenvolvimento das pessoas, a Prefeitura de Aracaju vem incentivando a prática através da Feira da Agricultura Familiar que acontece uma vez por mês no Centro Administrativo e que já se consolidou como uma referência para quem prioriza o consumo de alimentos mais saudáveis e livres de agrotóxicos na capital.
A nutricionista Tatiana Canuto faz parte da equipe que organiza o evento. “A feira é uma forma de fortalecimento de fomento da segurança alimentar e nutricional, e a educação é outra forma, então a gente une tudo isso para trazer saúde. Trabalhar com a prevenção é bem melhor do que com o tratamento da doença, além de custar muito menos”, destacou.
Dia Mundial de Alimentação
Celebrado em 16 de outubro, data da fundação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Dia Mundial de Alimentação tem como tema em 2017 “Mudar o futuro da migração: investir em segurança alimentar e no desenvolvimento rural”. A data é celebrada em mais de 150 países para chamar a atenção sobre questões relativas à nutrição e à alimentação.
Por Agência Aracaju de Noticias