O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou, nessa quinta-feira (29), que a conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) é fundamental para evitar uma guerra comercial global. A declaração foi dada durante o Fórum de Investimentos Brasil-UE, realizado em São Paulo.
“O melhor contributo que a Europa e o Brasil podem dar para evitar uma guerra comercial com impacto na economia global é não só concluir o acordo com o Mercosul, como estreitar as relações econômicas entre a União Europeia e o Brasil, ao mesmo tempo que cada um negocia bilateralmente as tarifas comerciais com os Estados Unidos”, afirmou Costa.
Segundo o presidente do conselho, o mercado europeu representa o principal destino dos investimentos brasileiros no exterior, enquanto empresas europeias são as principais investidoras externas no país.
O tratado entre Mercosul e UE criaria uma zona de livre comércio que representaria mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e englobaria 720 milhões de consumidores. O documento foi concluído em dezembro de 2024 e está na fase final de tradução técnica, com as próximas etapas previstas para aprovação e assinatura.
António Costa disse que o acordo entre os blocos “tem potencial” e será “extraordinário para todos os países” envolvidos, com vantagens para os setores industriais, de serviços e agrícola. Apesar disso, reconheceu que, em negociações com milhares de produtos e serviços, “é impossível que toda a gente ganhe em cada uma das linhas”.
Cenário global
O presidente do Conselho Europeu destacou a importância do momento atual para o fortalecimento das relações entre Brasil e o bloco por causa do cenário de guerras globais. Sobre as negociações com os Estados Unidos, ele afirmou que as conversas continuarão até 9 de julho, data até a qual os norte-americanos suspenderam medidas tarifárias.
Em relação à guerra na Ucrânia, o representante voltou a fazer o pedido de países europeus pelo apoio brasileiro para mediar o conflito. “Aquilo que nós temos pedido a países como o Brasil é que se empenhem em transmitir uma mensagem muito clara ao presidente [da Rússia, Vladimir] Putin: Chegou a hora da paz. Chegou a hora de respeitar o direito internacional”, disse.
Fonte: Poder360