O Centro de Meteorologia de Sergipe prevê, de 31 de janeiro a 13 de fevereiro, a possibilidade de chuvas, intercaladas, com características de trovoadas e volume em torno de 30 milímetros (mm). Se a previsão for confirmada, deve contribuir para atenuar o calorão que anda fazendo em todo o Estado, mas não resolverá o problema da seca que atinge quase todos os 75 municípios sergipanos, sendo que 28 já decretaram situação de emergência. Na cidade de Malhador, uma das mais castigadas, já há rodízio no abastecimento de água e os agricultores foram proibidos de irrigar suas plantações.
“Para encher barragens, mananciais e abrandar o coração sertanejo, deveria chover três vezes mais que os 30 mm nos próximos 90 dias, algo que não deve acontecer”, afirma o chefe do Centro de Meteorologia da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Overland Amaral.
A possível chuva, segundo o meteorologista, pode acontecer devido à baixa pressão atmosférica que está vindo da costa da Bahia, em virtude da Zona de Convergência Intertropical do Atlântico Sul, dando condições favoráveis para a convecção de trovoadas.
“Nos próximos dias, teremos ocorrências de chuvas intercaladas, é bom frisar, com possibilidade de trovoadas. É um período de instabilidade que deve durar até o dia 13 de fevereiro. São chuvas até significativas, em torno de 30 mm, que se estenderá do litoral ao interior, mas essas chuvas não vão atingir a média. Devem dar um alívio, mas não serão suficientes, especialmente para abastecimento de mananciais, barragens, açudes, até mesmo o lençol freático, que está sofrido. Precisaria chover três vezes mais do que isso para normalizar a situação, somente nesses três meses. A deficiência acumulada no período de seca é enorme”, diz Overland, apontando para o monitor que transmite imagens ao vivo, via satélite, do mapa do Estado.
Próximos 90 dias
Para os meses de fevereiro, março e abril, conforme Overland, a previsão de chuvas para o Estado é de normais abaixo da média, sendo que a maior predominância é de chuva abaixo da média.
“O normal para a região varia muito a cada mês, sendo que o mês de abril, onde se inicia o período chuvoso – se estendendo até agosto -, haverá precipitações no Litoral, em torno de 180 mm; no Agreste 120 mm; e Alto Sertão e Semiárido em torno de 75 mm. Em março, a precipitação cai em torno de 150 mm no Litoral e no Agreste 120 mm e Alto Sertão 60 mm. Em fevereiro, a precipitação decai mais de 20%. Então, os dos primeiros meses desse trimestre não são meses muitos chuvosos. Nessa condição, as chuvas vão ficar abaixo dessas médias, sendo que a chuva vai ocorrer, mas não serão significativas para a reposição de água dos açudes, barragens, agriculturas. Essas são as caraterísticas climáticas para os próximos 90 dias”, expôs o meteorologista.
Fonte: Semarh