Nesta quarta-feira, 20, foi divulgado o resultado do inquérito que apurava as causas do incêndio que ocorreu na Unidade de Pronto Atendimento Nestor Piva, no dia 28 de maio deste ano. As chamas atingiram a sala de tratamento contra a covid-19. O resultado das investigações já foi encaminhado à Justiça. O inquérito policial culminou no indiciamento de duas pessoas, uma sócia-administrativa do Centro Médico do Trabalhador, empresa que administra a unidade hospitalar desde 2019, e e responsável pela prestação de serviços elétricos.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os indiciamentos foram pelos artigos 250 e 258, do Código Penal, que dispõem, respectivamente, da prática de causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem e lesão corporal de natureza grave, com pena agravada no caso de resultado morte. Os tipos penais foram considerados na modalidade culposa.
Os peritos do Instituto de Criminalística identificaram que a hipótese mais provável para o incêndio foi o fenômeno termoelétrico de sobrecarga na sala de prescrição médica, em decorrência do aumento da potência do sistema elétrico, como consequência da derivação realizada no circuito a partir de uma das tomadas da sala que fica ao lado.
O inquérito policial concluiu que, na qualidade de sócia administrativa do Centro Médico do Trabalhador, cabia a responsabilidade de zelar pela observância, em última instância, dos cuidados necessários para o cumprimento de normas técnicas regulamentares, em especial quanto aos mecanismos apontados pelo Corpo de Bombeiros, referentes aos sistemas preventivos e de combate a incêndio. Um homem foi identificado como a pessoa diretamente responsável pela derivação de tomadas apontada como causa de sobrecarga elétrica pelo Instituto de Criminalística.
Entramos em contato com a Secretaria da Saúde de Aracaju. Em nota, informou que “irá se pronunciar após recebimento do resultado do inquérito”. Já com o Centro Médico do Trabalhador, empresa gestora, o advogado Evanio Moura disse que tomou ciência do resultado há poucas horas, respeita a decisão, mas discorda, afirmando que existem inconsistências.
Relembre o caso
O incêndio registrado no dia 28 de maio começou por volta de 7h na área reservadas ao tratamento de pacientes infectados pela covid-19.
Muita tensão foi gerada entre familiares e profissionais do hospital, que trabalharam para retirar e transferir os pacientes do hospital de forma que o quadro de saúde de ambos não fosse ainda mais afetado pelas chamas.
Durante a ocorrência, as equipes policiais, Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) também estiveram no local para dar suporte ao atendimento.
Ao menos 60 pacientes foram transferidos para outros hospitais na capital. No total, cinco pessoas morreram em decorrência do incêndio.
Fonte: Portal A8SE