O público presente na praça General Valadão, no Centro, na noite desta sexta-feira, 8, pôde acompanhar mais uma rodada de apresentações do Festival de Artes Cênicas de Aracaju, que incluiu música, teatro, folguedos e muita tradição.
Iniciando a noite, a Quadrilha Xodó da Vila, com quase 30 anos de caminhada, embalou ao som de forró crianças, jovens e adultos, que foram presenteados com um repertório pensado para o Festival. Triângulo, zabumba e o chiado da sanfona aqueceram os que chegavam ao palco montado em frente ao Centro Cultural.
Adrielle Dias, 21, componente da Quadrilha, questionada sobre esse retorno de apresentações com a presença de público disse que “o coração dispara; são quase dois anos parados. Subir num palco é totalmente gratificante, pois a quadrilha é viver esse olhar do público, essa energia que nos move e nos faz dançar cada vez mais. Esperamos que no ano que vem tudo esteja melhor, e que a gente possa levar alegria novamente a todos”, explica.
Dando continuidade à noite, a Companhia de Arte Mafuá, levou ao público a mostra da cultura popular. O espetáculo Reseiros, que alia dança e teatro, manifesta uma “busca do ciclo natalino” através de tradições folclóricas como o Reisado, São Gonçalo, Chegança e os sambas, homenageando diversos grupos folclóricos.
Maria Valdinete Santos, 50, ou simplesmente “Val”, reforça que “o Mafuá não é um grupo folclórico, mas sim um grupo de projeção folclórica que traz essas manifestações mediante pesquisa, a partir da originalidade, do figurino, do pé de dança, trazendo ao público o entendimento e a explicação através da cena teatral e dança dessas manifestações”, ressalta a artista.
Em seguida, na parte interna do Centro Cultural, no palco do Teatro João Costa, o ator Tinho Torquato apresentou o espetáculo “Desencontro”. No enredo, a história pessoal do artista que escolheu na arte a sobrevivência de obstáculos sociais vivenciados na periferia de Aracaju.
“É um momento histórico, pois estamos saindo de um mundo doente e trazendo cura através da arte; do teatro. Esse espetáculo fala sobre isso, sobre se encontrar, sobre encontrar o outro, nesse lugar da arte e da sabedoria a partir do teatro”, pontuou Tinho.
Vanessa Hipólito, 29, natural de Brasília e atualmente morando e trabalhando em Medelin na Colombia, está em Aracaju a passeio, visitando familiares, e iaproveutou para curtir o Festival. “Achei muito viva as apresentações. Gostei muito dos figurinos, das danças, inclusive algumas delas eu não conhecia ainda. Achei fantástico o início do teatro, onde o ator desceu e interagiu com o público antes mesmo de subir ao palco, foi muito bacana”, afirma.
Com muita leveza e carisma, a cantora Sandyalê levou música e alegria ao encerramento das apresentações do dia. Gestante de 7 meses da Serena, a cantora confessou que estava ansiosa para reencontrar o público.
“A coisa que eu mais sei na vida é cantar, é emocionante estar aqui com a minha filha aqui na minha barriga, é um acontecimento pois eu não sabia que estaria grávida. Com a pandemia os shows foram adiados, e aconteceu de ser agora. As pessoas vieram e isso é muito lindo. Gostaria, inclusive, de agradecer à Funcaju,à Prefeitura de Aracaju e à Lei Aldir Blanc pois eu não sei como é que seria a vida dos artistas sem esses incentivos,” completa.
Na apresentação, a cantora interpretou músicas do seu segundo disco, Árvore Estranha, e também do EP Desapego e uma música do disco “Um no enxame”.
Neste sábado, 9, a partir das 15h, o Centro Cultura inicia mais um dia de Programação Cultural. Tem cinema, Batalha de Rima e muita música. A programação completa do Festival de Artes Cênicas está disponível no perfil @funcaju e no site maratonaculturalaju.com.br.