Ao menos 32 pessoas morreram e mais de 60 ficaram feridas após explosões e disparos de tiros nesta terça-feira no aeroporto de Ataturk, o principal de Istambul – e um dos mais movimentados de toda a Europa.
Segundo os relatos, pelo menos três pessoas estariam envolvidas no atentado – uma delas teria usado um fuzil Kalashnikov para abrir fogo em uma das entradas do aeroporto.
O prefeito de Istambul, Vasip Sahin, afirmou a jornalistas que três homens-bomba fizeram um ataque. A polícia teria aberto fogo para “neutralizar os suspeitos”. Os voos foram suspensos.
Os turistas sul-africanos Paul e Susie Roos, que se prepararam para voltar a seu país, contaram à Associated Press que ouviram os disparos quando estavam chegavam à área de embarque.
“Havia um homem andando de um lado para o outro. Ele estava vestido de preto e tinha uma arma”, afirmou ele.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou o atentado e convocou uma “luta conjunta” contra o terrorismo.
Ainda não há informações sobre quem estaria por trás do ataque, mas a Turquia é ponto nevrálgico no embate entre o grupo autodenominado Estado Islâmico – que combate em territórios dos vizinhos Síria e Iraque – e o Ocidente. O governo turco participa ativamente do combate ao EI.
Em paralelo, se arrasta há décadas um conflito entre Ancara e separatistas curdos, que reivindicam um Estado próprio.
O aeroporto de Ataturk já era visto como um alvo vulnerável, explica o repórter da BBC na Turquia, Mark Lowen. Há aparelhos de raio-x na entrada do terminal, mas poucas verificações quanto à entrada de veículos.
Segundo o Itamaraty, o Consulado-Geral do Brasil em Istambul acompanha de perto a situação. Não há, até o momento, registro de brasileiros entre as vítimas, afirma o ministério.
Alvo de atentados
Istambul, uma das cidades mais visitadas por turistas no mundo, tem sido alvo mais frequente de atentados no último ano, em geral atribuídos a extremistas islâmicos ou a separatistas.
Em março, um ataque em uma zona comercial do centro de Istambul deixou cinco mortos e 36 feridos. Um suicida explodiu na grande rua de pedestres Istiklal, na parte europeia da cidade, pela qual passam diariamente centenas de milhares de pessoas e vários turistas.
Dois meses antes, uma explosão no bairro turístico de Sultanahmet, perto basílica de Santa Sofia e da Mesquita Azul, também deixou uma dezena de mortos.
Em dezembro, uma explosão em outro aeroporto da cidade turca, o Sabiha Gokcen, resultou na morte de uma funcionária.
Recomendação do Departamento de Estado dos EUA, atualizada na última segunda-feira, insta cidadãos americanos na Turquia a “exercitar alto grau de vigilância e cautela quando visitarem áreas públicas, especialmente as que são muito frequentadas por turistas”.
Em março, 32 pessoas morreram em Bruxelas após duas explosões no aeroporto internacional de Zaventem e uma na estação de metrô de Maelbeek. O Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques na capital belga.