
Fomentar uma educação multidisciplinar é um passo muito importante na construção de uma cidade inteligente e criativa. Oferecer um conteúdo que vá além do tradicional desperta o interesse pelo o estudo, estimula os educandos e possibilita também o despertar de novos talentos. Dessa forma, o projeto de iniciação à robótica para alunos das escolas públicas municipais, uma parceria da Prefeitura de Aracaju com o Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Sergipe (UFS), é uma grande iniciativa na promoção de uma educação de qualidade para os aracajuanos.
A ideia do projeto surgiu de um contato entre o professor de Educação Física da EMEF Elias Montalvão, Issac Pereira e um dos professores do curso de Engenharia Elétrica da UFS, Elysom Carvalho, recebendo total apoio por parte da Prefeitura. A iniciativa possui duas vertentes, na qual o primeiro passo é apresentar aos alunos o mundo da robótica, levando-os para uma visita guiada ao laboratório de robótica da UFS.
“As visitas são um primeiro contato das crianças com a robótica. Nelas os alunos têm a oportunidade de conhecer o funcionamento do laboratório, ver robôs, trabalhar com alguns comandos, para que, futuramente, possamos implantar essa tecnologia dentro da escola. Com essa implantação, através de um robô, que já está sendo desenvolvido pelo pessoal do grupo de pesquisa em robótica, poderemos ajudar no desenvolvimento das crianças”, destaca o professor Isaac.
Assim que fez a primeira visita à Emef, no desenvolver do projeto, o professor Elysom já pôde notar uma escola aberta a novos projetos e empenhada em levar o melhor para seus alunos. “Eu fui fazer uma visita na Elias Montalvão e quando cheguei lá percebi os professores e a escola em geral extremamente motivados para novos projetos, para trazer oportunidade para as crianças e aí casou a nossa ideia de levar robótica para uma escola que estava muito pronta para receber as ideias”, lembra Elysom.
A segunda vertente do projeto é a criação de um robô específico para uso em sala de aula. O objetivo é que essa máquina possa ensinar eletrônica, robótica e ser usada nas disciplinas já existentes na grade curricular da escola. “Ele será focado para crianças de qualquer idade e a ideia é que os alunos possam fazer experimentos para aprender o que desejar”, conta o professor engenharia elétrica, salientando que, além do uso feito pelos estudantes, há também o intuito de qualificar os professores para o uso desses robôs, tornando-os uma ferramenta de ensino em todas as disciplinas.
O protótipo do robô que irá auxiliar no ensino municipal está sendo desenvolvido pela UFS junto com uma associação de gestores de tecnologia da informação. “Estamos desenvolvendo um pequeno robô específico para ensino de robótica em escolas públicas aqui no estado de Sergipe. É uma tecnologia 100% sergipana, tudo desenvolvido aqui e o nosso piloto, nosso primeiro estudo será na Elias Montalvão, como uma forma de premiar uma escola que recebeu tão bem ideias inovadoras”, explicou o engenheiro eletricista.
A depender da faixa etária dos alunos, a visita envolve o estudo de conteúdos teóricos, principalmente para linkar com o que os estudantes vêem diariamente na sala de aula, principalmente em disciplinas como Matemática e Física. Já quando é uma turma mais jovem, a visita é desenvolvida de maneira lúdica, com brincadeiras e interação com os robôs.
Os alunos são divididos em turmas com até 10 integrantes, para que todos possam ter contato com o que é desenvolvido no laboratório, interagir e questionar. “A gente sempre preza que o aluno possa de fato interagir com o robô. A ideia da visita é justamente essa, não simplesmente ser uma palestra, mas permitir uma interação, fazendo, para a maioria deles, o primeiro contato com robótica”, pontua o coordenador do grupo de pesquisa responsável pelas visitas, Gilmar Nunes.
De acordo com Gilmar, a equipe já está trabalhando na construção do dispositivo que será utilizado nas escolas. O mesmo acredita que a máquina trará uma educação motivadora e capaz de solidificar com mais facilidade os conteúdos. “Pegar, por exemplo um conteúdo como o de trigonometria e conseguir passar aquilo para os alunos usando um robô, mostrando ângulos, ou o conceito de velocidade e aceleração de física, aplicado de forma mais prática, não só chama a atenção do aluno, mas aprofunda o conhecimento, tornando-o mais sólido e o aluno se torna mais interessado em buscar aqueles pedaços de conhecimento que antes não conseguia pegar”, afirma.
O pequeno Thales Leonardo, de 10 anos, antes mesmo de entrar no laboratório já se mostrava bastante animado com o que veria. O aluno do 5° ano da Elias Montalvão é um dos mais empolgados com a possibilidade de implementação dessa tecnologia em sua escola e se mostra bem informado a respeito das utilidades de um robô em sala de aula.
“Estou empolgado para ver vários robôs e me divertir muito. Espero que consigamos levar para a nossa escola para ajudar em coisas como o meio ambiente, aprender mais matemática, aprender várias coisas e nos desenvolver mais. Eles também podem ajudar as professoras. Eu acho que estudar com esses robôs vai ser muito divertido, porque vai parecer um joguinho, o que vai fazer com que a gente aprenda mais rápido e melhor, nos divertindo. Acho que muitas crianças que têm dificuldade podem aprender mais rápido”, disse Thalesa.
Fonte: PMA