O delegado geral da Polícia Civil, Alessandro Vieira, informou na manhã desta quinta-feira, 20, como funciona o novo Departamento de Repressão a Roubos e Furtos (Derof), unidade criada depois que a capital sergipana enfrentou uma onda de casos de invasões a estabelecimentos comerciais no mês de setembro deste ano
A delegacia existia no passado, mas agora foi transformada em departamento e vai atuar numa faixa intermediária entre os crimes comuns, que já são investigados pelas Delegacias Metropolitanas, e o crime organizado, de competência do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope). “Havia essa essa falha estrutural da Polícia Civil e a reativação da Derof vem se mostrando uma medida acertada, já que vários crimes foram elucidados em apenas 15 dias de funcionamento”, destacou.
Portanto, ressalta Vieira, a nova Derof não vai investigar todo tipo de roubo ou furto, “vai pegar os crimes praticados por grupos que estão se organizando e saindo as ruas para fazer seguidos assaltos com grande risco para a comunidade”.
Em duas semanas, 17 procedimentos foram feitos, com destaque para sete prisões, sendo quatro de criminosos que invadiram os estabelecimentos comerciais e roubaram bens dos clientes, e três de receptadores que recebiam esses produtos e revendiam na cidade.
A delegada Juliana Alcoforado, titular da Derof, não cita o nome dos estabelecimentos a pedido dos empresários, mas enumera alguns crimes elucidados pela Derof nos últimos dias: roubo a um salão de beleza registrado no último sábado no bairro Ponto Novo; um assalto a uma loja de informática na avenida Hermes Fontes; um roubo a uma farmácia do bairro Jardins, invasões a pizzarias e restaurantes do bairro Farolândia e a clínicas do bairro São José.
“Esses crimes nos preocupa em razão do risco as vítimas porque o cenário é de um bandido armado em um ambiente cheio de pessoas e se houver uma reação pode acontecer uma tragédia. Como nos últimos meses tivemos um volume grande desse tipo de ocorrência, tratamos de criar uma estrutura na Derof para identificar e prender esses grupos de assaltantes”, enfatizou Alessandro.
Vieira enalteceu o trabalho policial e explicou porque mesmo com um elevado número de prisões e atuações da polícia, a sociedade tem uma sensação de que o crime está crescendo. “É importante enfatizar a dimensão pública daquilo que a polícia consegue fazer. Temos prendido cada vez mais, mas esse criminoso não fica preso e ao retornar a sociedade ele volta cada vez mais violento. O cidadão não percebe melhora porque o criminoso retorna rapidamente ao convívio social e volta mais violento, mais integrado e causando grande risco à população”.
Reincidência
Segundo Alessandro Vieira, todos os presos até o momento são reincidentes e acostumados no mundo do crime. Entre eles, está Wallinghton Luís Santos Andrade, 19 anos, um dos integrantes de um grupo criminoso responsável por roubar quatro estabelecimentos comerciais numa mesma noite no bairro Farolândia.
Fonte: SSP/SE