Presidente americano anunciará sua decisão em discurso nesta quarta. Mudança pode provocar turbulência no mundo árabe
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai reconhecer em um discurso nesta quarta-feira Jerusalém como a capital de Israel. A informação foi confirmada por membros do governo a diversos veículos de imprensa americanos. Trump também vai iniciar os preparativos para transferir a embaixada dos Estados Unidos no país de Tel Aviv para Jerusalém.
Uma promessa eleitoral do republicano, o reconhecimento de Jerusalém – cidade sagrada para judeus e muçulmanos e ponto de disputa entre israelenses e palestinos – como a capital do Estado de Israel pode provocar protestos e turbulência no mundo árabe.
Trump passou a terça-feira dando telefonemas para líderes da região para informar sobre sua decisão. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, o rei da Jordânia, Abdullah II, o rei da Arábia Saudita, Salman, e o presidente do Egito, Abdel Fattah Sisi, foram alguns dos interlocutores. Todos advertiram que a mudança poderia prejudicar os esforços de paz entre israelenses e palestinos.
Oposição
“Não sei se isso provocará distúrbios, mas haverá, sem dúvida, manifestações populares em toda parte”, disse Nabil Chaath, oficial de alto escalão do gabinete de Abbas. A medida, acrescentou, “será o fim do papel desempenhado pelos americanos neste processo”.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi mais incisivo e disse na terça que o país poderia romper os laços diplomáticos com Israel caso os Estados Unidos tomem uma decisão nessa direção. “Senhor Trump, Jerusalém é a linha vermelha para os muçulmanos”, disse o mandatário turco em uma reunião de governo. “É uma violação da lei internacional tomar uma decisão apoiando Israel enquanto as feridas da sociedade palestina ainda estão sangrando.”
Uma lei de 1995 determina que a representação dos Estados Unidos fique em Jerusalém e estipula que a cada seis meses Washington justifique, por motivo de segurança nacional, o porquê da manutenção da representação em Tel Aviv. O prazo para anúncio se esgotou na última sexta-feira, sem que houvesse uma manifestação oficial sobre o assunto, informou o jornal britânico The Guardian.
Fonte: Veja.com