Segundo advogado, benefício também pode ser estendido ao marqueteiro do PT; casal estava preso desde fevereiro
O juiz federal Sergio Moro determinou nesta segunda-feira a soltura da empresária Mônica Moura, mulher do marqueteiro do PT João Santana e sua sócia. De acordo com o advogado do casal, Fábio Tofic Simantob, o magistrado à frente das ações da Operação Lava Jato em Curitiba considerou que, diante dos recentes depoimentos prestados pelo casal, não havia motivo para manutenção da prisão preventiva.
O advogado informou que a decisão se refere especificamente a um pedido de soltura feito em nome de Mônica, mas que o benefício também pode ser estendido a João Santana. Na petição, a defesa argumenta que Mônica confessou o recebimento de valores de “forma errada” e que não irá repetir a conduta. Uma petição com o mesmo argumento já foi protocolada em nome do publicitário. Deste modo, o advogado acredita que os dois devem ser liberados juntos nas próximas horas.
No fim de julho, o publicitário e sua mulher admitiram que receberam 4,5 milhões de dólares de caixa 2 na campanha de Dilma, em 2010. Com a confissão, eles reconheceram que mentiram nos primeiros interrogatórios. O casal, no entanto, negou que soubesse que o dinheiro tinha origem em propinas do esquema de corrupção da Petrobras.
João Santana e Mônica são réus pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A procuradoria alega que os dois tinham plena consciência da origem ilegal do dinheiro e das atividades ilícitas praticadas pelo PT, “uma vez que estas eram fundamentais para que fosse estruturado o projeto de manutenção no poder do partido”, conforme o texto da denúncia.
Segundo o advogado, Moro determinou como condição para soltura o pagamento de fiança de 28 milhões de reais, valor que já havia sido bloqueado das contas do casal. Eles estavam presos desde 22 de fevereiro, quando foi deflagrada a 23ª fase da Operação da Lava Jato, a Acarajé.
Santana e Moura negociam com a Lava Jato um acordo de delação premiada.
Fonte: Veja.com