O projeto teve a missão de levar o conhecimento, despertar curiosidade das pessoas a respeito do movimento e debater sobre o movimento negro no Brasil e na América Latina.
Estudantes, professores e artistas encheram o auditório da Biblioteca Pública Epifânio Dória (BPED) na manhã da última segunda-feira, 25, para prestigiar e homenagear mulheres afro-latino-americanas e caribenhas. O projeto teve a missão de levar o conhecimento, despertar curiosidade das pessoas a respeito do movimento e debater sobre o movimento negro no Brasil e na América Latina.
No início do evento foi apresentado ao público no hall da Biblioteca Pública Epifânio Dória, a exposição “Do Gênese à Liberdade” elaborada pelo artista maruinense, Antônio da Cruz. Conhecido pelas artes que exploram a técnica do manuseio de alumínio, cobre e aço, o artista ressalta a importância do evento e explica a escolha da mostra. “A exposição tem como premissa a violência doméstica contra a mulher e tem um caráter didático, à medida que se insere num evento como esse. Ela circulou durante um ano em vários pontos de Aracaju. Os desenhos chamam a atenção por serem feitos no aço e possuírem efeitos tridimensionais”, afirmou.
Logo depois, no auditório da Biblioteca, todos foram recebidos pela equipe da Diretoria do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC), que ficou responsável pela mediação do evento. O secretário de Estado da Cultura de Sergipe, Irineu Fontes esteve presente e saudou a equipe organizadora pelo sucesso das palestras. “É importante parabenizar toda a equipe da Secult e DPHAC que vem realizando bons trabalhos com os jovens, visando à cultura e à história”, comentou.
Foram convidados à mesa redonda, os professores João Mouzart, da Universidade Tiradentes (Unit) e prof.ª Alexandra Dumas, da Universidade Federal de Sergipe (UFS) que trouxeram diversas discussões sobre a temática. O professor João Mouzart palestrou sobre a diáspora africana no Brasil, expondo opiniões críticas a respeito da visibilidade das negras na televisão e mostrando as belezas do continente africano. “A nossa proposta é sensibilizar os discentes sobre a construção do imaginário da mulher negra e da população negra. Dessa forma podemos mostrar que a sexualização foi um produto utilizado sobre a imagem das negras, mas ao mesmo tempo, elas são atrizes sociais que compõem um discurso de lutas e conquistas da própria liberdade”, ressaltou.
A professora Alexandra Dumas partilhou com os estudantes o seu documentário “Nadir da Mussuca” que traz a história de Dona Nadir, uma das principais mestres da cultura popular no município de Laranjeiras. “Sergipe tem uma cultura incrivelmente rica e Dona Nadir é um exemplo de mulher negra que obteve sucesso no que faz. Mesmo sendo taxada como inferior por muitos, ela tem um conhecimento que derruba todos os clichês da sociedade”, declarou.
25 de Julho
No início do século XX, no Brasil, muitos negros foram privados das condições objetivas de prosperar na sociedade e em decorrência disso a mulher negra também sofreu as consequências da época. Um momento importante no país foi o surgimento da Lei nº 12.987/2014, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, que institui o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, reflexo da realização do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas. Isso resultou na criação da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas e define o dia 25 de julho como Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, desde 1992, a partir do citado encontro realizado em Santo Domingo, na República Dominicana.
Tereza de Benguela, por sua vez, foi uma líder quilombola que viveu no atual estado de Mato Grosso durante o século XVIII.
Fonte: Ascom/Secult