O senador Alessandro Vieira (MDB/SE) voltou a cobrar nesta semana, em pronunciamento no plenário do Senado, o início dos trabalhos da CPI do Crime Organizado, de sua autoria. O requerimento já foi lido em plenário e aguarda apenas a indicação dos partidos para a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Para Alessandro, a urgência do tema não permite mais adiamentos. Ele destacou que o Brasil enfrenta uma escalada da violência, marcada pelo assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Rui Ferraz Fontes, executado em via pública numa ação típica do crime organizado.
“Eu vivi o suficiente para ver um Congresso Nacional se manifestar com indignação pelo assassinato de um ativista americano do outro lado do continente, mas silenciar diante da execução brutal de um servidor policial civil, com 40 anos de serviços prestados. Essa omissão é inaceitável. Nada pode ser mais urgente do que resgatar nosso país do crime organizado”, afirmou Alessandro Vieira.
O senador reforçou ainda a gravidade do contexto político, em que a Câmara dos Deputados discute a chamada PEC da Blindagem, que busca criar novas barreiras para dificultar investigações contra políticos.
“Enquanto o crime organizado avança e tira vidas, inclusive de quem dedicou a vida a proteger a sociedade, vemos o Congresso discutindo propostas vergonhosas para blindar criminosos de colarinho branco e de broche bonito. Isso é um tapa na cara dos brasileiros”, criticou.
Autor da CPI, Alessandro Vieira ressaltou que o enfrentamento ao crime precisa ser amplo, atingindo tanto o tráfico armado que domina territórios e ceifa vidas nas ruas, quanto a corrupção e os esquemas que minam as instituições por dentro.
“O Brasil precisa combater o crime organizado em todas as suas formas: o do fuzil que aterroriza comunidades e o do colarinho branco que se esconde atrás do poder. Só assim vamos devolver ao cidadão o direito de viver em segurança e confiança nas suas instituições”, concluiu o senador.
Por Laisa Bomfim – Foto Jefferson Rudy Agência Senado