Encontro reuniu profissionais da saúde para reforçar a importância de discutir estratégias de fortalecimento da saúde mental no estado
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), realizou nesta terça-feira, 9, a primeira roda de conversa do Projeto Nós na Rede em Sergipe. Com o tema ‘Vozes da Rede: experiências e conexões’. A iniciativa reforça a Educação Permanente em Saúde (EPS) como pilar essencial para o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a referência técnica da Diretoria de Atenção Especializada à Saúde (Daes), Gilvanete Santos, a prática qualifica os profissionais para o trabalho em rede, potencializando o papel dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) como articuladores do cuidado no território, junto às equipes de Atenção Primária à Saúde. “Discutir esse processo como aprendizagem contínua qualifica as práticas de saúde, a formação profissional e os serviços do SUS. A metodologia aplicada pelo projeto, com a troca de experiências entre os participantes, facilita o aprofundamento dos temas e fortalece a personalização da oferta educacional conforme as necessidades do território”, destacou Gilvanete Santos.
Com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Brasília), essa primeira roda de conversa, realizada no auditório da Funesa, reuniu profissionais e estudantes da área da saúde em formato híbrido, com transmissão ao vivo pelo YouTube. O momento também marca o início do projeto em seu primeiro ciclo no estado, fortalecendo a construção coletiva e a troca de experiências, elementos que constituem a essência do Nós na Rede.
Participação Profissional
O encontro teve o intuito de promover o engajamento dos profissionais que participam do primeiro ciclo formativo. “A primeira roda de conversa do Nós na Rede em Sergipe surge com a intencionalidade de promover a troca entre os profissionais cursistas do primeiro ciclo formativo. E, paralelamente, dá oportunidade para outros profissionais da Raps participarem das discussões”, afirmou a mobilizadora social do projeto Nós na Rede em Sergipe, Jayane Trindade.
Presente no evento, o especialista em saúde mental e coletiva, Ricardo Ceccim ressaltou que eventos assim são importantes, funcionando como um espaço de escuta, acolhimento e conforto que fortalece toda a rede de saúde. “A saúde mental vai além da medicalização e é preciso considerar o sofrimento psíquico como parte das complexidades da vida. Por isso, o Projeto Nós na Rede permite esse momento de debate sobre o conhecimento acerca da saúde mental e que ampliemos as intervenções comunitárias, reduzindo a patologização e a medicalização excessiva”, informou.
Conhecimento ampliado
Durante o evento, foram discutidas estratégias de fortalecimento da rede de cuidado em saúde mental por meio da Educação Permanente. A apoiadora educacional do projeto em Sergipe, Mairla Protázio, destacou que essa formação chega em um momento importante para o estado. “Há muito tempo a gente não tem um curso desta dimensão para os trabalhadores da Raps, fundamental para fortalecer o cuidado em saúde mental nos municípios, especialmente nas regiões onde esse cuidado é mais vulnerável. Essa roda de conversa, portanto, é um momento de celebração para alinhar os objetivos e iniciar de fato o projeto no estado”, reforçou.
Para a assistente social Michele Santos, residente em saúde mental pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), momentos como este são fundamentais para ampliar horizontes na formação profissional. “Esses espaços de educação permanente nos tiram da caixinha, permitindo pensar diferente e rever práticas. A educação permanente ainda está fragilizada no nosso estado, mas investir nela é essencial para um SUS mais fortalecido, que cumpra suas diretrizes e humanize o cuidado”, avaliou.
Foto: Felipe Goettenauer