A Secretaria de Estado da Educação (Seed) realizou o balanço do primeiro semestre de 2025 do Programa Estudante Monitor, uma iniciativa integrante de um conjunto de políticas públicas do Governo de Sergipe que visa a valorizar o protagonismo estudantil e o fortalecimento da aprendizagem e da convivência escolar. Ao longo dos últimos meses, cerca de cinco mil estudantes atuaram em escolas da rede estadual de ensino, exercendo o papel de monitores em dois eixos: monitoria voltada ao desempenho escolar e monitoria destinada à busca ativa e transporte escolar.
A iniciativa é voltada para os alunos do Ensino Médio e tem como base o acompanhamento de professores e da equipe gestora de cada unidade. Os estudantes monitores recebem uma bolsa mensal de R$ 439 por mês, ou seja, R$ 250 acrescidos de um auxílio transporte no valor de R$ 189, como forma de incentivo pelo desempenho da função.
O secretário de Estado da Educação, Zezinho Sobral, destacou que o programa é um exemplo do compromisso do Governo de Sergipe com a formação integral dos estudantes. “É um investimento que promove não apenas o apoio aos colegas, mas também a construção de lideranças estudantis, de empatia e cidadania”, afirmou.
A atuação do programa ocorre em dois formatos. O primeiro é voltado para o desempenho escolar, no qual os monitores colaboram com colegas que apresentam dificuldades em determinados componentes curriculares, promovendo um ambiente colaborativo de aprendizagem. O segundo eixo diz respeito à monitoria na busca ativa e transporte escolar, em que os estudantes acompanham o cotidiano nos ônibus escolares, registrando informações importantes como ausências, condutas e situações que exigem atenção da equipe gestora.
A diretora do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional (Dase), Eliane Passos, ressaltou o impacto positivo da ação nas unidades escolares. “O programa tem fortalecido o protagonismo estudantil. A cada ano, vemos estudantes mais engajados, comprometidos com o processo educativo e colaborando diretamente para o avanço da aprendizagem nas escolas”, pontuou.
Monitoria nas escolas
No Centro de Excelência Professora Maria Ivanda de Carvalho Nascimento, em Aracaju, o programa tem promovido mudanças significativas. Para a diretora da unidade, Adriana Hora, o programa trouxe vida para os alunos. “Esse movimento de interação e ajuda mudou até a forma de agir de alguns alunos, que eram tímidos. A responsabilidade é algo monitorado, ensinado pelos professores que os acompanham e o resultado aparece no rendimento acadêmico e na convivência”, afirmou.
A escola realiza acompanhamentos semanalmente com ajuda nas dificuldades, preenchimento dos relatórios e troca de experiências. Além disso, a escola tem professores dedicados a acompanhar os monitores. “Estipulamos no horário do almoço a articulação dos monitores com os professores e eles desenvolvem a monitoria nas horas de estudo dentro dos horários já estipulados”, explicou Adriana.
O estudante Ricardo Henrique compartilhou sua experiência. “Conto com o apoio da equipe escolar e com o incentivo dos professores. Eu ajudo os colegas com as dúvidas que eles têm, ajudo os professores no que for preciso e, além disso, procuro sempre incentivá-los a estudar e isso me impulsiona a focar mais nos meus estudos. Minha relação com os colegas é bem harmoniosa e saudável, sempre busco trazer algo mais acessível para incluir todos e incentivá-los a estudar cada vez mais”, disse.
Já a aluna Lavínia Almeida Cerqueira dos Santos destacou o impacto pessoal da sua atuação. “Sempre fui tímida, mas agora consigo me comunicar melhor. Além disso, acredito que ensinar algo que aprendemos facilita a absorção do conteúdo. Melhorei bastante no quesito da timidez e me tornei uma pessoa mais comunicativa e realmente percebo a evolução que tive após entrar no programa. Sem contar que é muito bom ver que as pessoas que pude ajudar estão realmente aprendendo a matéria”, relatou.
Lavínia também reforçou como a experiência pode fazer diferença no futuro. “Gosto muito de levar as coisas com leveza e informalidade. Meu desempenho acadêmico também melhorou, porque estou aprendendo com mais facilidade. Acho que essa experiência vai me ajudar muito quando eu estiver no mercado de trabalho”, concluiu.
Para a mãe de Lavínia, Nayara Maria, é um orgulho ver a filha participar do programa. “Ser uma monitora em uma escola pública é uma grande oportunidade de crescimento, e percebo que ela encara esse papel com responsabilidade e dedicação. É bonito ver o quanto ela se envolve, ajuda os colegas e aprende também com os desafios do ambiente escolar. Essa participação tem sido uma forma de ela se sentir útil, pertencente e cada vez mais consciente do valor da educação”, afirmou.
“Acredito que essa experiência contribui para a formação dela. Essa vivência ensina valores que nenhuma sala de aula sozinha conseguiria transmitir: empatia, liderança, paciência, senso de equipe e compromisso com o bem coletivo”, finalizou Nayara.
Foto: Ascom / Seed