O Programa de Atenção Psicossocial nas Escolas da Rede Pública Estadual de Sergipe, o Acolher, segue, desde agosto de 2023, realizando atendimentos aos alunos da rede estadual em todas as dez diretorias regionais de educação (DREs). No primeiro semestre de 2025, o Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), investiu R$ 1.406.304,11 no programa, que já soma 1.700 atendimentos. Do início das atividades até hoje, já foram realizados mais de três mil atendimentos e investidos R$ 5.981.246,11.
Secretário de Estado da Educação, Zezinho Sobral reforça que o programa tem o objetivo de contribuir para o desenvolvimento intelectual, emocional e social dos estudantes. “Esse investimento feito ao Acolher, durante este semestre, mostra como o nosso estado se preocupa cada vez mais com a saúde mental dos nossos alunos. Isso comprova o nosso compromisso em trabalhar além da educação, mas, também, o psicossocial de todos. É um programa vitrine nacional por sua capilaridade”, afirma.
O Acolher busca, por meio dos seus 95 colaboradores, fomentar a construção de valores que melhoram o bem-estar dos estudantes da rede. Ao todo, são 60 psicólogos e 35 assistentes sociais espalhados pelas dez DREs que auxiliam nas temáticas do Plano Nacional de Educação para os Direitos Humanos, tendo como foco o enfrentamento ao cyberbullying, bullying, preconceito étnico-racial, homofobia, transfobia e misoginia.
O programa realiza várias atividades ao longo do ano. Neste primeiro semestre, já foram feitas ações preventivas como o Janeiro Branco, oficinas voltadas ao pertencimento dos estudantes à escola, campanha do Maio Laranja e a prevenção ao uso de celulares nas salas de aula. “As ações preventivas têm como objetivo o fortalecimento da comunidade escolar, ao promover bem-estar, saúde e cultura de paz nas escolas, criando, assim, um ambiente seguro e propício ao aprendizado para os nossos estudantes”, frisa a psicóloga da equipe de coordenação do Acolher, Lorena Borges.
O suporte psicossocial contribui positivamente no desempenho escolar e na autoestima dos estudantes, trabalhando a melhoria da saúde mental, emocional, prevenindo e interferindo em diversos casos prejudiciais para a comunidade escolar. O acompanhamento realizado pelos profissionais possibilita que os estudantes possam notar seus pontos fortes, habilidades e uma visão positiva de si. O acolhimento é feito coletivamente ou particularmente, mas não a consulta. Em casos mais urgentes, o aluno ou professor é encaminhado à rede de proteção e saúde constituídas.
A psicóloga da DRE 8 Anir Oliveira destacou a importância do acolhimento nos atendimentos. “Garantir este acolhimento durante o atendimento é essencial e, como profissionais, buscamos criar um ambiente seguro e respeitoso, no qual a pessoa se sinta à vontade para se expressar, por meio da escuta ativa e empática, respeitando a individualidade de cada um”, expressa.
A assistente social da mesma diretoria, Edna Andrade, pontuou a importância em levar orientações e intervenções importantes para os alunos e familiares que contribuem para a garantia de direitos, além do convívio maior na trajetória educacional do estudante. “Além de mediar e acolher, o programa busca, por meio do Serviço Social e da Psicologia, a garantia de direitos de todos os envolvidos enquanto acompanhados”, conclui.
Os resultados
O programa já colhe seus resultados positivos. Dentre os mais de três mil atendimentos realizados pelo programa desde 2023, só neste primeiro semestre de 2025 já foram realizados 1.700 atendimentos aos alunos da rede.
Um dos casos trabalhados pelo Acolher é na contribuição do desenvolvimento de alunos com autismo. Um desses casos é o de Adriana Santana, mãe de Myllena Santana, de 15 anos de idade, aluna da Escola Estadual Professora Cecinha Melo Costa. A mãe relata o quanto o programa ajudou na comunicação da sua filha. “O Acolher contribuiu para que eu e minha família pudéssemos entender o mundo de uma jovem autista. Agora, ela está mais comunicativa, e eu estou satisfeita com o auxílio dos profissionais do Acolher”, relata a mãe, contente pelo resultado do programa com sua filha.
Para a aluna Marianne Rakelly, do Centro de Excelência de Educação Profissional José Figueiredo Barreto, em Aracaju, o programa contribuiu para que ela tivesse um olhar diferente das coisas, colaborando com a sua saúde mental. O acompanhamento psicológico já promove mudanças positivas em sua vida, ensinando novas formas de pensar e lidar com as situações.
A gestora da unidade, Deise Nascimento, descreve o programa como um ato de humanização. “É um momento em que a rede passa a entender que temos alunos que precisam de acompanhamento além da sala de aula. Uma conversa com pessoas especializadas é capaz de levar esclarecimentos, acolher, elevar a autoestima e até coibir atos contra a própria vida”. Ela complementa, afirmando, ainda que a escola é o lugar de contribuir com uma educação de qualidade, humanizada e empática.