Na busca por uma educação verdadeiramente inclusiva, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) tem intensificado esforços para atender aos 2.088 estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) matriculados na rede pública estadual. Por meio do Serviço de Educação Inclusiva (Seinc), vinculado ao Departamento de Educação (DED), esses alunos contam com o suporte das Salas de Recursos Multifuncionais e o acompanhamento de profissionais especializados, que atuam diretamente no desenvolvimento pedagógico e na promoção da autonomia dos estudantes.
As Salas de Recursos Multifuncionais são espaços equipados com recursos pedagógicos que viabilizam aspectos da aprendizagem dos estudantes, sejam eles sensoriais, físicos ou cognitivos, estimulando a memória e a mobilidade. Ao todo, são 133 salas distribuídas em todas as dez Diretorias Regionais de Educação (DRE).
São oferecidos aos alunos jogos com recursos adaptados, bem como utensílios que facilitam o manuseio, como tesouras, lápis, entre outros materiais, permitindo que o aluno trabalhe e evolua, especialmente em casos de deficiência motora. As salas multifuncionais também recebem recursos do Ministério da Educação (MEC).
Como diferencial, os alunos com TEA, assim como os de outras especialidades, não são retirados das salas de aula para utilizar as salas multifuncionais. No ato da matrícula na rede, são realizadas duas inscrições: uma para o ensino regular, no qual o aluno frequenta normalmente as aulas seguindo a grade prevista pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC); e outra para o contraturno, oposto ao do ensino regular, no qual o aluno pode usufruir das salas multifuncionais com o auxílio de acompanhantes especializados, anteriormente denominados Apoio Escolar II.
Atualmente, a rede estadual conta com 262 profissionais de Apoio Escolar, que executam funções afetivas e higiênicas, e 465 Acompanhantes Especializados, responsáveis pela parte pedagógica de cada aluno. Desta forma, o objetivo é respeitar e atender às necessidades individualizadas.
Nas salas multifuncionais, é oferecido o Atendimento Educacional Especializado (AEE), tornando o espaço um ambiente pedagógico e exclusivo. “Eles passam a receber um apoio individualizado ou até mesmo em pequenos grupos, fazendo uso de materiais adaptados, recursos de acessibilidade e tecnologia assistiva, fomentando estratégias para potencializar as habilidades dos estudantes”, afirmou a coordenadora do Seinc, Lilian Alves. Ela reforçou que as salas multifuncionais não substituem as salas de aula, mas complementam o currículo de aprendizagem desses estudantes, trabalhando a autonomia, promovendo a participação e garantindo a equidade educacional
O Centro de Excelência Maria Ivanda de Carvalho Nascimento, localizado no bairro 18 do Forte, em Aracaju, é uma das escolas que tem Salas de Recursos Multifuncionais. “Temos visto um progresso significativo nos alunos, especialmente em sua confiança e habilidades sociais, o que é realmente gratificante”, ressaltou Rosa Karla Almeida, professora da Sala de Recursos e especialista em Educação Inclusiva e em Atendimento Educacional Especializado.
Assim como em todas as unidades escolares que têm Salas de Recursos Multifuncionais, os alunos recebem atendimento individualizado e personalizado, conforme suas necessidades específicas de aprendizagem. Além disso, são realizadas atividades adaptadas com o uso de materiais e métodos ajustados ao nível de cada aluno, contribuindo para a compreensão e o desenvolvimento. Também são promovidas atividades que incentivam a interação e colaboração entre os alunos, além do monitoramento do progresso e estratégias de ensino.
O Colégio Estadual Alceu Amoroso Lima, no bairro Santa Teresa, também em Aracaju, é outra unidade que conta com Salas de Recursos Multifuncionais. Para a psicopedagoga especializada em Salas de Recursos Multifuncionais, professora Cristiane Gastão, e a neuropsicopedagoga especializada em Educação Especial e Inclusiva, professora Gilvanice Cardoso, as quais atuam na unidade, o ambiente busca complementar ou suplementar o aprendizado escolar, eliminando barreiras de diferentes naturezas. Segundo elas, desta forma, aprimoram-se as habilidades e potencialidades de cada aluno.
Fonte: ASN