Resultado é fruto do trabalho integrado no âmbito da rede de proteção, abrangendo ações preventivas e repressivas de enfrentamento à violência contra a mulher
Como resultado do trabalho integrado de enfrentamento à violência contra a mulher, Sergipe registrou queda de 47,36% na incidência de feminicídios nos últimos dois anos. Entre 2024 e 2023, a redução foi de 37,5%, evidenciando a continuidade da tendência de queda dos crimes praticados contra a vida de mulheres pela condição do gênero feminino. Os dados são da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEACrim), da SSP, e foram detalhados em entrevista coletiva nesta sexta-feira (3).
Conforme o mapeamento feito pela CEACrim, em 2022 ocorreram 19 feminicídios em Sergipe. Já no ano seguinte – 2023 -, aconteceram 16 crimes. Em 2024, continuando a tendência de queda, Sergipe encerrou o ano com o registro de 10 feminicídios.
Para a major Fabiola Goes, comandante da Ronda Maria da Penha, a redução dos feminicídios é significativa e demonstra o comprometimento da segurança pública com o enfrentamento aos crimes praticados em razão do gênero feminino das vítimas. “Conseguimos uma redução significativa e estamos felizes com esse resultado, mas empenhados em continuar trabalhando para que mais mulheres tenham suas vidas salvas para podermos comemorar mais diminuições de feminicídios no estado”, avaliou.
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A delegada Lara Schuster relembrou ainda que o feminicídio é o estágio mais avançado da violência contra a mulher e precisa ser fortemente combatido em todo o país. “O feminicídio vem de uma escalada de violência, de crimes anteriores, então queremos coibi-la. Estamos inclusive em um cenário de endurecimento das penas contra feminicidas no país – que passou de 12 a 30 anos de reclusão para de 20 a 40 anos de reclusão”, evidenciou a delegada integrante da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Aracaju.
Conscientização e prevenção
Essa redução da incidência dos crimes de feminicídios em Sergipe é atribuída ao trabalho em rede desenvolvido pela rede de apoio e atendimento à mulher presente em todo o estado. “A rede garante que a mulher fique em segurança. A Segurança Pública também tem feito diversas ações preventivas e de conscientização das pessoas acerca da violência contra a mulher. Estamos indo em escolas, empresas e comunidades para que mais mulheres consigam romper o ciclo da violência”, ressaltou a major Fabiola Goes.
Capacitação de policiais
Também para reforçar as ações de enfrentamento aos crimes em razão de gênero e, por conseguinte, os feminicídios, a Segurança Pública também atuou na capacitação de policiais para o atendimento às mulheres. “Conversamos com os nossos policiais. Foram mais de 770 policiais militares capacitados em 2024, e incluímos a disciplina de ‘Enfrentamento à Violência Doméstica’ em nossos principais cursos de formação, para ofertar um atendimento mais humanizado às mulheres”, detalhou a major Fabiola Goes.
A capacitação de servidores da segurança pública também abrangeu a Polícia Civil, conforme ressaltou a delegada Lara Schuster. “Para que as mulheres tenham cada vez mais um atendimento humanizado no momento em que mais precisam de acolhimento, estamos sempre capacitando os nossos policiais. São ações importantes para garantir que as vítimas de violência doméstica confiem no nosso trabalho e para que assim possamos cada vez mais evitar que ocorram novos feminicídios”, reiterou a delegada.
Denúncias
O enfrentamento à violência contra a mulher para evitar a ocorrência de feminicídios depende da participação de toda a comunidade. Além de a vítima de violência procurar a delegacia para registar o boletim de ocorrência – ou fazer o registro pela Delegacia Virtual -, toda a comunidade também pode denunciar os crimes cometidos em razão de gênero. Os casos em que o crime está ocorrendo podem ser denunciados à Polícia Militar, pelo telefone 190. Informações também podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (181).
Fonte: SSP/SE