Proteger e cuidar das crianças que compõem o quadro discente da rede municipal de ensino são objetivos primordiais da Secretaria Municipal da Educação (Semed). Nesse sentido, nesta segunda-feira, 15, a Semed realizou uma oficina de enfrentamento à violência sexual contra crianças para os professores e gestores da rede municipal da Educação. O evento foi incorporado na programação da capacitação continuada para os professores “Horas de Estudo”, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, estabelecido pela lei federal n° 9.970/2000, lembrado sempre no dia 18 de maio.
Para Silvana Silva, diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Papa João Paulo II, a oficina foi extremamente importante para os gestores e docentes da rede municipal de ensino. Segundo ela, na escola já aconteceram diversos casos de constatação de abuso sexual infantil e a escola fez o enfrentamento através da denúncia.
“Trabalhar essa questão é de fundamental importância para todos nós que lidamos com crianças, é importante que saibamos que o direito ao anonimato é garantido, é importante que desmistifiquemos a questão da denúncia e que quebremos esses tabus relacionados às ações que devemos estabelecer para enfrentarmos esse problema da violência sexual infantil”, avaliou Silvana.
Para a professora da Educação Infantil da escola, Simone Franca de Santana, a oficina trouxe informações fundamentais para os professores se esclarecerem sobre as medidas que podem ser tomadas. “Esse foi um importante espaço de debates, além de informações de extrema importância, tivemos a oportunidade de tirar as nossas dúvidas quanto à questão do enfrentamento”, afirmou.
A professora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Joana Maria, Ana Kelly de Almeida, destacou a importância dos professores estarem preparados para tomar as medidas necessárias em caso de suspeita de violência sexual contra as crianças. “Às vezes a gente se envolve emocionalmente com um caso e acaba sofrendo também, então é importante que estejamos esclarecidos para tomarmos as medidas necessárias e não nos deixemos tomar pela emoção”, destacou a professora.
A programação
A programação foi dividida em três momentos. Primeiro, os professores ouviram a palestra ‘Sexualidade e Infância’, depois a palestra ‘Violência sexual contra crianças, notificação compulsória e anonimato’ e depois participaram da capacitação na oficina “Pipo e Fifi”, que trata de uma formação para as crianças sobre toques de afeto e toques abusivos.
A coordenadora de Políticas para a Diversidade da Semed, Maíra Ielena, explicou como a oficina foi elaborada. “A oficina foi pensada para empoderar professores sobre quais as medidas a se tomar em caso de constatação de abuso sexual em crianças. Em um primeiro momento, abordamos como a criança se relaciona com o seu próprio corpo, depois, o que configura uma violência sexual e como denunciar. Através da oficina ‘Pipo e Fifi’ trabalhamos a questão dos limites do corpo das crianças, todas essas questões são fundamentais para que se complete o processo de enfrentamento à violência sexual contra crianças”, explicou a coordenadora.
A técnica da SMS, Lidiane Gonçalves, segunda palestrante do dia, destacou a importância do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. “Eu trouxe a contextualização do que é o 18 de maio, quais os sinais que podem identificar uma criança ou adolescente vítima de violência sexual e as formas que os professores e gestores da Educação têm de denunciar e de tomar medidas de enfrentamento e prevenção à violência sexual”, explicou.
A oficina foi idealizada pelas coordenadorias de Políticas Educacionais para a Diversidade (COPED), a coordenadoria de Educação Infantil (COEINF) e o Centro de Aperfeiçoamento e Formação Continuada de Educação (CEAFE) da Semed, em parceria com o núcleo de Prevenção à Violência e Agravos (NUPEVA) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Fonte: PMA