O clima é de indefinição no setor de combustíveis, com a perspectiva de reajustes nos preços por litro. O movimento foi puxado pela rede Ipiranga, que enviou à rede um comunicado de aumento de preços a partir desta terça-feira (11).
A alta está atrelada à medida provisória que compensa a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e para pequenos municípios.
A medida do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está provocando uma onda de incertezas no setor de combustíveis. A mudança tributária afeta a compensação de créditos de PIS/Cofins, limitando o ressarcimento e a utilização desses créditos para abater outros tributos.
Impacto deve ser de R$ 10 bilhões
Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o impacto dessas alterações será de pelo menos R$ 10 bilhões, resultando em um aumento no preço da gasolina entre 4% e 7%, e no diesel entre 1% e 4%.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Paiva Gouveia, afirmou que apenas a Ipiranga confirmou o aumento, mas é esperado que outras redes sigam o mesmo caminho.
“Como é uma recuperação de imposto (o mecanismo de compensação do PIS/Cofins), eles vão ter que pagar, porque não podem mais usar o crédito”, disse Gouveia à reportagem. “Com certeza não vai ficar no bolso deles, claro que vão repassar”.
Os postos ainda não têm certeza do valor exato do reajuste, que pode variar entre distribuidoras. Algumas previsões indicam uma elevação de R$ 0,30 por litro de gasolina e até R$ 0,23 para o diesel, conforme cálculos do IBP.
Em nota, a Ipiranga disse que “pratica uma política de preços alinhada aos parâmetros vigentes, atendendo às normas setoriais”.
A medida provisória já está em vigor, e as empresas terão que desembolsar mais recursos para cumprir as novas obrigações tributárias até o dia 20.
Fonte: Revista Oeste