Na manhã desta segunda-feira (25), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Cristóvão lançou o Plano Municipal de Contingência para Arboviroses, em cerimônia realizada no Paço Municipal. O objetivo do plano é nortear a definição de ações de vigilância, controle, prevenção e promoção à saúde, com base no boletim epidemiológico de arboviroses realizado no município até março deste ano.
Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos por vetores, principalmente mosquitos. As mais comuns em ambiente urbano são a Dengue, Chikungunya e Zika, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Júlio Júnior, secretário de Infraestrutura; Marcos Santana, prefeito; e Fernanda Santana, secretária de Saúde de São Cristóvão
A coordenadora de Vigilância Ambiental de São Cristóvão, Daniella Fraga, ressalta a importância da construção do plano de contingência para prevenir e controlar surtos de doenças transmitidas por mosquitos.
“O Plano Municipal de Contingência para Arboviroses estabelece diretrizes claras para ações de vigilância, controle de vetores, assistência aos doentes e comunicação com a população, garantindo uma resposta eficaz e coordenada diante de epidemias. Além disso, promove a mobilização de recursos e a colaboração entre diferentes setores da sociedade, contribuindo para a proteção da saúde pública e a redução do impacto dessas doenças na comunidade”, explica a coordenadora.
Daniella Fraga, coordenadora de Vigilância Ambiental de São Cristóvão
Algumas ações promovidas para a população e registradas no plano de contingência são a borrifação com bomba costal, passagem de carro fumacê, limpeza de canais, intensificação do trabalho dos Agentes de Combate às Endemias (ACE), capacitação dos profissionais de saúde para a realização de exames diagnósticos, ações educativas através do Programa Saúde nas Escolas com estudantes do município, palestras de conscientização nas salas de espera nas Unidades Básicas de Saúde, entre outras mobilizações.
Essas ações são realizadas como rotina e também previstas de acordo com o Levantamento de Índice de Infestação Predial (LIRAa). Através dele, é possível classificar o risco de transmissão de arboviroses apontado pelo Índice de Infestação Predial (IIP), sendo classificado como baixo (menor que 1%), médio (entre 1 e 3,9%) e alto risco (maior que 3,9%). Atualmente, São Cristóvão está classificada em médio risco de infestação, o que é considerado dentro do esperado.
Adesivos que sinalizam as casas livres de criadouros após a inspeção dos Agentes de Combate às Endemias
Para a Secretaria de Saúde de São Cristovão, Fernanda Santana, a gestão do município tem responsabilidade sobre o território e no momento que o Ministério da Saúde começa a apontar para a observação dos casos de arboviroses, levando em conta a sazonalidade do aumento de casos, é preciso ter atenção e analisar a situação do município e da evitar uma situação de emergência.
“A ideia do plano é estarmos mais atentos e comprometidos, além de envolver todo mundo. A grande sacada do plano é ter uma ação intersetorial entre secretarias, uma vez que somos a Secretaria de Saúde e trabalhamos com os principais articuladores dessa política, que são os Agentes de Combate à Endemias. O plano é uma série de compromissos, não só da Secretaria de Saúde, mas de outras secretarias, para que consigamos nos manter na condição que estamos ou melhorar”, afirma a secretária.
Fernanda Santana, secretária de Saúde de São Cristóvão
Nelson Filho, agente e supervisor de combate às endemias, destaca que o Plano Municipal de Contingência para Arboviroses chega para enriquecer a forma preventiva que as equipes municipais trabalham essas doenças, o que vai melhorar a qualidade serviços dos Agentes de Combate às Endemias, que estão cotidianamente trabalhando, prevenindo e controlando as arbovirose, em especial, Dengue, Chikungunya e Zika.
“São os trabalhos que já vem sendo feitos, a gente vem intensificando as ações de combate e de controle às arboviroses aqui no município, até com programações nacionais, estaduais, e São Cristóvão está presente em todas elas, em toda parte aqui do nosso município, seja em forma de mutirão nos povoado ou em forma de zoneamento, que é o trabalho normal nosso aqui nos centros urbanos – sede e grande Rosa Elze”, aponta o agente.
Nelson Filho, agente e supervisor de combate às endemias
Referência técnica em arboviroses no município, Ana Clésia Fontes trabalhou na construção do plano junto à coordenação de Vigilância Ambiental e destaca que a elaboração do documento foi satisfatória por sistematizar ações que já são colocadas em prática.
“Uma das melhores partes é ver todos os ACE participando junto com a gestão nas ações e a satisfação deles mesmos em tirar e mandar foto, entrar nas casas e pedir a participação da população, explicando e dando o incentivo da melhor forma. Eles mostram a larva, como lavar a lavanderia duas vezes na semana, entre outros cuidados. Para nós, tem sido muito satisfatório, porque com o plano a prática fica mais fácil, e a população também faz parte das ações de prevenção”, ressalta.
Ana Clésia Fontes, referência técnica em arboviroses no município
Como pontuado por Ana Clésia, a população sancristovense é um ponto chave na execução do Plano Municipal de Contingência para Arboviroses. Enquanto os ACE trabalham na eliminação de criadouros; tratando reservatórios; pesquisando por focos de água parada, onde os mosquitos se proliferam; encontrando larvas; dando coleta e encaminhando as amostras para os laboratórios no intuito de ter resultados positivos ou não para o Aedes aegypti; o trabalho dos moradores do município é não deixar que criadouros de mosquitos sejam sequer criados, uma vez que a maioria desses criadouros surgem em ambientes domésticos.
Para isso, devem evitar água parada, que se acumulam em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pneus, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos e outros). Outra ação importante é lavar reservatórios como caixas d’água e lavanderias ao menos duas vezes por semana. Abordar a comunidade nos domicílios é uma estratégia fundamental para a prevenção das arboviroses.
Caso a população observar possíveis focos de transmissão de dengue – como acúmulo de lixo, garrafas, copos, pneus, terrenos ou casas abandonadas e outros espaços de água parada -, é possível denunciar e notificar a Secretaria de Saúde, entrando em contato com a Ouvidoria da Saúde pelo telefone (79) 99898-7547, que também funciona como WhatsApp, ou pelo e-mail ouvidoria.saude@saucristovao.se.gov.br .
Fotos: Heitor Xavier