Quando o assunto são os crimes praticados com o uso da internet, as investigações tomam nova forma e demandam a utilização de ferramentas e mecanismos que acompanham a movimentação dos criminosos no ambiente digital. É o caso da inteligência artificial e da análise de grandes volumes de dados, que são ferramentas e técnicas que já vêm sendo utilizadas pelo Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), unidade especializada da Polícia Civil de Sergipe.
Mas antes de compreender as técnicas investigativas, primeiro é preciso destacar a necessidade da prevenção para não cair em golpes, como evidenciou o delegado André Baronto, diretor do Depatri, da Polícia Civil. “É algo que não é tão falado, mas que precisa começar a ser discutido. No mundo físico, as pessoas se preocupam em trancar a porta, colocar fechadura, mas, no mundo virtual, esquecem de fazer essa proteção”, alertou.
Para o quesito prevenção aos crimes praticados com o uso da internet, o delegado elencou ainda alguns cuidados que são primordiais para evitar cair em golpes no mundo digital. “Utilizando senhas fortes e únicas para cada aplicativo. Também pode ser utilizada a autenticação em dois fatores, se possível por um aplicativo autenticador. Isso dificulta bastante a entrada do criminoso no dispositivo”, orientou André Baronto.
Inteligência artificial nas investigações
Porém, se ainda assim os crimes no ambiente digital não puderem ser evitados, a Polícia Civil conta com mecanismos para investigação dessas práticas criminosas. “Nós utilizamos, essencialmente, a inteligência artificial fazendo análises de arquivos de grandes bancos de dados para que seja possível definir padrões, anomalias e correlações entre os dados que conseguimos durante as investigações”, revelou o diretor do Depatri.
É com o mecanismo da inteligência artificial no âmbito das investigações que a Polícia Civil também pode definir localidades de maior incidência de uma determinada prática criminosa, o que reflete na mancha criminal. “A gente consegue captar informações já bem trabalhadas e detalhadas em um tempo muito mais rápido para poder trazer uma maior eficácia na aplicação da lei”, complementou o delegado.
Câmeras de reconhecimento
Nesse cenário de tecnologia, além da inteligência artificial, também não poderia faltar a utilização de câmeras com identificação facial, assim como relembrou André Baronto. “Nós podemos identificar foragidos e podemos verificar, inclusive, alguns atos, como uma arma em punho. A inteligência artificial atrelada às câmeras permite fazer toda essa identificação”, explicou o diretor da unidade policial.
Grande volume de dados a favor da investigação
E é nesse contexto do grande volume de dados – conhecido como Big Data – que a Polícia Civil conta com um conjunto de ferramentas e mecanismos utilizados na apuração de crimes. “Diante do grande volume de dados, a Polícia Civil tem adquirido ferramentas e dado treinamento aos servidores para que as análises sejam feitas em tempo real, o que permite uma resposta muito mais rápida à sociedade”, reforçou André Baronto.
Denúncias
Mas para contribuir com a efetividade do trabalho policial orientado às tecnologias utilizadas no combate ao crime, é preciso que as pessoas adotem cuidados e, se forem vítimas de golpes na internet, procurem uma delegacia para o registro do boletim de ocorrência. Informações e denúncias sobre essas práticas criminosas também podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (181). O sigilo é garantido.
Fonte: SSP/SE