Condição oftalmológica que afeta a produção e qualidade das lágrimas, causando irritação e desconforto nos olhos, a doença do olho seco pode atingir pessoas de todas as idades, mas é mais comum em idosos e em mulheres, pessoas com alterações na tireóide e quem faz uso de medicamentos antidepressivos e anti hipertensivos.
Segundo dados da Tear Film Ocular Surface Society, estima-se que no Brasil tenhamos mais de 20 milhões de casos. A causa da doença do olho seco pode estar relacionada a diferentes fatores, como idade, uso prolongado de telas, uso de lentes de contato, entre outros, e pode ser tratada de acordo com a causa e a gravidade da condição.
A oftalmologista do Hospital Angelina Caron, Helen Mocelin, explica que é importante procurar um oftalmologista quando há sintomas como irritação ou desconforto frequente nos olhos, especialmente se estiver associado a visão embaçada ou sensibilidade à luz.
“Pessoas que utilizam medicamentos que alteram a produção de lágrimas, que possuem doenças autoimunes ou que ficam expostas a ambientes com ar condicionado, poluídos ou com baixa umidade do ar têm maior propensão a desenvolver a condição”.
Os principais sintomas da síndrome do olho seco incluem vermelhidão, coceira, ardor, sensação de areia nos olhos, visão embaçada, fotofobia e sensibilidade à luz. Muitas vezes, esses sintomas são confundidos com outras doenças oculares, como conjuntivite, blefarite ou alergias.
“Para prevenir a síndrome do olho seco, é importante manter os olhos lubrificados, descansar os olhos do uso de telas regularmente, evitar a exposição prolongada a ambientes com ar condicionado, poluição ou ar seco”, reforça a especialista.
Tratamento pode variar dependendo do caso
O tratamento para a doença do olho seco varia de acordo com a causa e a gravidade da condição. Entre as alternativas de tratamento estão o uso de lágrimas artificiais, pomadas lubrificantes, medicamentos anti-inflamatórios, e procedimentos como a obstrução do canal lacrimal, que ajuda a aumentar a umidade dos olhos. Em casos mais graves, a cirurgia pode ser indicada.
Após o diagnóstico da doença do olho seco, é importante seguir as recomendações do oftalmologista e manter o tratamento adequado para evitar a piora dos sintomas. Além disso, é fundamental realizar consultas regulares com o especialista para monitorar a evolução da condição.
Helen cita que um dado alarmante também tem contribuído para o aumento no número de casos no Brasil. “Números recentes divulgados pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia, apontam que 90% dos usuários que passam mais de três horas por dia em frente às telas apresentam algum sintoma que pode prejudicar a saúde dos olhos. O principal motivo está relacionado à atenção dedicada quando utilizamos computadores, celulares e televisores. Temos uma queda importante no número de piscadas e, consequentemente, os olhos são lubrificados com menos frequência, causando um desequilíbrio no filme lacrimal.”
Cirurgia para correção é simples e pode resolver o problema
Chamada de Procedimento de Pontos Lacrimais (PPL), a cirurgia para tratar a doença do olho seco é indicada quando outras opções de tratamento não foram eficazes no alívio dos sintomas da síndrome. A especialista comenta sobre as etapas do procedimento, que é simples e realizado com anestesia local.
“Durante o procedimento, pequenos tubos ou dispositivos chamados de plugs são inseridos nos pontos lacrimais, que são os locais onde as lágrimas drenam dos olhos para o nariz. Os plugs ajudam a manter as lágrimas nos olhos, reduzindo a evaporação e, portanto, aliviando a secura dos olhos. O procedimento é relativamente simples, realizado com anestesia local e não requer internação. Embora a cirurgia possa aliviar os sintomas da doença do olho seco, ela não é uma cura definitiva e pode precisar ser repetida em alguns casos.”