O ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, disse, nesta terça-feira (12), que atual fase da operação militar contra o Hamas em Gaza “levaria tempo” e resistiu aos apelos internacionais por um cessar-fogo. Ele afirmou que intensos combates terrestres apoiados pelo poder aéreo podem se prolongar por semanas e até meses.
Gallant avaliou que a próxima fase da guerra será marcada por combates de menor intensidade contra “bolsões de resistência” do Hamas e exigirá que os soldados israelenses mantenham sua liberdade de operação por terra. A declaração foi dada enquanto as Forças de Defesa de Israel (FDI) lutam contra militantes dentro e ao redor da cidade de Khan Younis, no sul do território palestino, onde os militares abriram uma nova de frente na semana passada.
Combates em Gaza
Fortes conflitos foram relatados em Gaza até tarde da noite de ontem (11). Médicos locais afirmaram que os ataques aéreos israelenses mataram pelo menos 15 pessoas na última noite, tanto no centro quanto no sul do território.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apelou ao Hamas para “render-se agora”. Seu governo afirmou que milhares de militantes foram mortos durante a guerra.
Além disso, confrontos no norte continuam eclodindo, apesar de Tel Aviv afirmar que a sua missão ali está praticamente concluída. Dois meses de ataques aéreos, juntamente com a invasão terrestre, resultaram na morte de mais de 18.200 palestinos, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.
Ajuda humanitária
No meio da crise humanitária em Gaza, Israel anunciou que iria analisar a entrada de insumos no território palestino através de dois pontos adicionais na fronteira. Os postos de controle irão examinar “caminhões contendo água, alimentos, suprimentos médicos e equipamentos de abrigo”, de acordo com uma declaração do exército israelense.
Porém, a declaração enfatizou que “nenhum abastecimento entrará na Faixa de Gaza vindo de Israel”, apenas através do Egito.
A agência humanitária das Nações Unidas, a OCHA, disse, no último domingo (10), que apenas 100 caminhões por dia entram em Gaza com suprimentos humanitários desde que a trégua, que durou uma semana, terminou em 1º de dezembro. Antes da guerra, a média diária era de 500 veículos.
Segundo as Nações Unidas, 85% da população de Gaza, ou seja, cerca de 1,9 milhão de pessoas foram forçadas a deixar suas casas desde o início do conflito. O órgão internacional também descreveu as condições no sul de Gaza, onde hoje se concentra a maioria dos palestinos, como “infernais”.
Fonte: VEJA