O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 180 milhões para o Governo de Sergipe modernizar e revitalizar a rede integrada de equipamentos culturais do estado e fortalecer a economia criativa de base comunitária. A operação, que tem como objetivo promover as cadeias estaduais de turismo, cultura e artesanato, ocorre no âmbito do Programa BNDES Investimentos Estaduais de Impacto (BNDES Invest Impacto).
Criada recentemente, a solução financeira visa a contribuir com a retomada qualificada do investimento público como indutor de crescimento e desenvolvimento dos estados, priorizando ações voltadas à redução de vulnerabilidades socioeconômicas e adaptação ou mitigação das mudanças climáticas.
Segundo a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, “essas primeiras operações do BNDES Invest Impacto marcam a retomada do papel histórico do BNDES no financiamento ao investimento público. Com o programa, além de apoiar financeiramente, o banco vai auxiliar os estados a qualificarem seus investimentos, fomentando ações alinhadas às políticas públicas federais, que contribuam para a redução de desigualdades e o enfrentamento da crise ambiental e climática”.
Em Sergipe, o plano de investimentos envolve a criação de equipamentos-âncora nos principais polos de turismo estadual – especialmente Aracaju, São Cristovão e Laranjeiras – e a interiorização de equipamentos culturais. Também está prevista a realização de ações de apoio estruturante à cadeia do artesanato local.
O financiamento está alinhado às políticas públicas prioritárias no país, possuindo aderência aos eixos do Novo PAC e do Plano de Transição Ecológica, bem como contribui com os objetivos prioritários de desenvolvimento regional da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). O escopo está distribuído em três eixos: “Estruturação de projetos”, “Implantação dos equipamentos culturais de fomento ao turismo” e “Economia criativa de base comunitária”.
Eixo “Estruturação de projetos” – A ação “Fábrica de Projetos Públicos de Impacto” visa a estruturar a revitalização de equipamentos culturais. Para isso, serão realizados estudos de viabilidade econômico-financeira, modelo de gestão e governança, projetos técnicos e definição de produto cultural e turístico, com capacitação e material educativo.
Eixo “Implantação de equipamentos culturais de fomento ao turismo” – A partir dos resultados dos estudos realizados no primeiro eixo, serão definidos os projetos a serem apoiados, bem como as fontes e os recursos mais adequados para investimento em cada um deles. Os equipamentos serão implantados em todo o território do estado, considerando a identidade cultural, econômico-produtiva e geoambiental das oito regiões sergipanas.
A expectativa é de que esses investimentos contribuam significativamente para a economia estadual, uma vez que a dimensão da cultura é transversal a outros setores, como turismo, lazer e economia criativa, além de envolver ampla gama de profissionais, proporcionando a ampliação de empregos.
Dentre os projetos previstos estão a Pinacoteca de Sergipe, o Memorial do Cangaço, o Museu do Forró e o Mirante de Santo Antônio, a serem implementados na capital, Aracaju. Estão no escopo também a implantação do Caminho do Crepúsculo de Santa Dulce dos Pobres, em São Cristovão; do Centro de Memória Digital de Boquim, em São Boquim; e das Veredas do Sertão, em Canindé de São Francisco. Além disso, estão previstas a reforma da Biblioteca Epiphânio Dória, em Aracaju, e a reforma, manutenção e atualização dos museus históricos de São Cristóvão e Laranjeiras.
O estado também apresentou um conjunto de ações vinculadas aos equipamentos já existentes e gerenciados pela Fundação de Cultura e Arte Aperipê (FUNCAP), voltadas à revitalização de ativos culturais, como a reforma e equipagem tecnológica do Museu Histórico de Sergipe, a atualização dos instrumentos Orquestra Sinfônica de Sergipe, a reforma de quiosques do Gonzagão, a reforma e equipagem tecnológica da Casa de Cultura João Ribeiro e o investimento expográfico (acervo complementar) e tecnológico do Museu Afro-brasileiro de Sergipe, dentre outros.
Eixo “Economia criativa de base comunitária” – Nesse eixo, serão estruturados a rede de Casas do Artesão Sergipano (CAS) e o projeto VerDe Tototó. O CAS objetiva a criação de uma rede de proteção para a população de mais baixa renda vinculada às cadeias de artesanato local, além daquelas localizadas na rota de desenvolvimento cultural e turístico. Será uma ampliação do projeto-piloto implantado com sucesso no município de Simão Dias, ampliando-o para nove territórios do Estado.
O projeto irá empreender atividades regulares de capacitação e treinamento para a aprendizagem de novas técnicas, o aprimoramento de habilidades e a atualização de tendências de mercado, associada à comercialização do artesanato local na modalidade e-commerce, ampliando a oportunidade de vendas.
Com isso, visa a desenvolver a inclusão produtiva e o empreendedorismo de base comunitária, voltado especialmente para a rede de mulheres e famílias com maior vulnerabilidade econômico-social no estado. A expectativa é de que a iniciativa contribua para o crescimento da atividade econômica estadual com sustentabilidade ambiental e consequente geração de emprego e renda.
Já o projeto VerDe Tototó, na Grande Aracaju, visa ao desenvolvimento produtivo da cadeia de marisqueiros e pescadores da região que realizam atividades de transporte turístico fluvial entre as comunidades ribeirinhas de Aracaju e Barra dos Coqueiros.
A proposta é ressignificar o uso de suas embarcações, constituindo uma rede de pontos receptivos (píer e estrutura de apoio) para as embarcações dos Tototós, patrimônio imaterial de Sergipe e, assim, criar um roteiro turístico que terá como pontos principais o Largo da Gente Sergipana e o atracadouro do Centro de Aracaju, bem como os atracadouros da Barra dos Coqueiros e da Atalaia Nova.
Fonte: Assessoria de Comunicação