Uma expedição pelo rio Paramopama até a Crôa do Segredo marcou a visita a São Cristóvão de um grupo de estudantes e professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS), na manhã desta segunda-feira, 24. Organizada pela Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fundact), a atividade foi voltada aos cursos de História e Turismo da universidade (graduação e pós-graduação) e teve como proposta apresentar a esses segmentos as potencialidades turísticas do município, no viés religioso, cultural e ecológico, buscando concretizar parcerias e desenvolver projetos na área.
Segundo o historiador e diretor de Turismo da Fundact, Thiago Fragata, a iniciativa faz parte do planejamento estratégico da fundação de fomentar a atividade turística sancristovense, fortalecendo o viés religioso e cultural ao mesmo tempo em que se expandem as possibilidades para o turismo ecológico e de base comunitária. “A partir de uma visão estratégica, objetivando futuras ações, estamos mapeando lugares com potencial turístico no município e buscando parceiros que possam contribuir nesse processo, trazendo um novo olhar sobre o tema”, frisou Fragata.
Nessa perspectiva, encontra-se a Crôa do Segredo. Consta que nessa faixa de areia do rio Paramopama, acessível apenas por algumas horas do dia, os pescadores teriam encontrado num caixote de madeira a imagem do Senhor dos Passos, no final do século XVIII. A ideia é criar as condições necessárias para transformar a Crôa do Segredo num ponto turístico, unindo os aspectos religioso e histórico à beleza natural do estuário do rio Paramopama, um das mais ricas representações da fauna e flora sergipanas.
Patrimônio, meio ambiente, fé
Além do passeio pelas águas do rio Paramopama, a programação dos estudantes e professores da UFS contou também com uma roda de conversa no Museu Histórico de Sergipe e de visitas a Igreja do Carmo e pontos turísticos do Centro Histórico de São Cristóvão.
O professor doutor do departamento de História, Luis Eduardo Pina Lima, assim resumiu a experiência vivenciada: “É um belíssimo momento em que se encontram, e se unem, três áreas importantes para a história de um povo: o patrimônio, o meio ambiente e a fé. Foi impressionante sentir, experimentar essa relação socioambiental”, argumentou.
Já o professor doutor do curso de Turismo e coordenador da pós-graduação em Planejamento do Turismo, Denio Azevedo, apontou a possibilidade de que ações e projetos científicos resultem dessa iniciativa, inclusive, com o apoio do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur). “Este primeiro contato nos permitiu conhecer as possibilidades do rio Paramopama e do turismo religioso, que podem se transformar em ações que beneficiem São Cristóvão”.
Outro lado de São Cristóvão
Um dos cicerones no passeio ao rio Paramopama, o presidente da Colônia de Pescadores Z-2, José Vitor Santos, valorizou a iniciativa da atual gestão de envolver a comunidade local nas ações voltadas ao turismo. “Muito positiva essa proposta para a cidade, e para nós pescadores. Pode ser uma fonte de emprego e renda”, avaliou.
Para os universitários, a visita revelou outros aspectos de São Cristóvão. “Já conhecia a cidade, mas agora tem uma visão mais aprofundada da importância e do potencial de São Critóvão. Saio com um olhar diferente”, argumentou Kennedy Santos, do curso de História. “É fundamental valorizar o potencial natural, arquitetônico e histórico que o município tem. Fortalecer o turismo local, com propostas que gerem renda para a comunidade e a cidade”, frisou o turismólogo e pós-graduando em Planejamento do Turismo, Ivo Dantas.
Fonte: Ascom/Prefeitura de São Cristóvão