Preocupado com a recorrente falta de água em municípios que compõem o Sertão Sergipano, o deputado estadual Chico do Correio (PT), discursou durante Sessão Plenária sobre a necessidade emergencial de o governo do estado desenvolver ações emergenciais capazes de combater o problema que atinge milhares de contribuintes. O apelo foi apresentado na manhã desta terça-feira (17), na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese). O pedido especial foi direcionado para o governador Fábio Mitidieri, bem como para o líder do governo na Casa Legislativa, o deputado Cristiano Cavalcante (União Brasil).
“Hoje mais cedo participei de uma reunião em que também se encontrava o secretário de estado da Casa Civil, Jorge Araújo Filho; logo após o diálogo foco do encontro, o cumprimentei e apresentei a angústia do povo sertanejo para com esta situação difícil. Estamos diante de um cenário grave que envolve tanto a escassez do consumo de água por nós humanos, como também por parte dos animais. Na maioria dos casos, existem bairros nestes municípios que passam três dias sem o fornecimento de água, e a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), sabe disso”, afirmou.
Alto Sertão Sergipano
O Alto Sertão Sergipano, localizada no noroeste do estado, é formado por sete municípios, sendo eles: Canindé de São Francisco, Gararu, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lurdes, Poço Redondo e Porto da Folha. Durante o respectivo discurso, o deputado enalteceu não ser contrário ao trabalho desenvolvido pela operação caminhão-pipa, porém defendeu a instalação de bombas em múltiplas áreas residenciais. O parlamentar criticou ainda a recorrência destas dificuldades humanitárias enfrentadas, por exemplo, por populações que residem nas proximidades do Rio São Francisco.
“Caminhão pipa é essencial para amenizar as dificuldades, mas não passam de uma ação paliativa. Como todos os deputados sabem, eu fui prefeito desta região e conheço bem a situação. Peço a atenção do govenador e do líder aqui na Alese para a necessidade de se multiplicar o número de bombas responsáveis por levar água para milhares de famílias. O investimento que se faz hoje, na atual estiagem, também será usufruído nos anos seguintes; ao contrário dos caminhões. As vezes é disponibilizado um só caminhão por bairro; um quantitativo bastante insuficiente para a demanda da população”, completou Chico do Correio.
Aparte
Diante dos relatos apresentados pelo deputado, solicitaram permissão para falar os parlamentares Lidiane Lucena (Republicanos), e Luizão Dona Trump (União Brasil). Moradora do município de Aquidabã, a deputada revelou que crianças estão deixando de comparecer às salas de aula em decorrência da falta de água. “Existem localidades onde a falta de água se arrasta há um mês, e mães já me disseram que não estão levando seus filhos para a escola porque não tem água para dar banho nas crianças. Em outros povoados este tempo de fornecimento é menor, mas as angústias seguem as mesmas. Diante disso, já busquei a presidência da Deso para discutir o assunto e buscar entender de qual forma podemos contribuir para que este tipo de problema seja solucionado o mais rápido possível”, informou.
Luizão Dona Trump completou o debate denunciando existência de interesses políticos eleitorais, os quais podem estar interferindo diretamente na recorrência da falta de água na região mais atingida pela seca. “Faltam políticas públicas devido aos interesses eleitorais que lamentavelmente estão falando mais alto. Durante o processo eleitoral do ano passado eu identifiquei em alguns municípios a falta de assistência simplesmente porque o cidadão não vota de acordo com o dono do caminhão pipa, ou de quem contrata este serviço. Cidades que beiram o Rio São Francisco, que tem água cristalina, mas que não é bem aproveitado enquanto estas famílias seguem sofrendo com a falta de água para consumo, ou para dar aos animais”, pontuou.
Por Milton Alves Júnior