Eleito na madrugada desta quinta-feira (13) para substituir Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) prometeu pacificar a Casa por meio do diálogo. Maia também elogiou seu antecessor, que foi afastado do cargo pelo STF e responde a processo de cassação na CCJ, e disse que a vitória não seria possível sem a ajuda da esquerda.
“Ajudei a eleger Cunha contra um candidato do PT. No plenário talvez ele tenha sido o melhor presidente que tivemos. Teve méritos. Não sou daqueles que só pisa”, disse o novo líder da Câmara ao minimizar os gritos contra Cunha dentro do plenário após a votação.
Emocionado, Maia citou o pai, o ex-prefeito do Rio, César Maia, em seu discurso de vitória e agradeceu os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Orlando Silva, ao qual se referiu como um “grande amigo”. “Foram eles que estiveram na minha casa há 40 dias e inventaram isso que era uma loucura”, disse o novo presidente, que terminou o discurso dizendo que vai “governar com simplicidade, dialogar com a maioria e a minoria e pacificar a Casa”.
Durante entrevista coletiva, o novo presidente ainda exaltou os aliados da esquerda. “Sem a esquerda não venceríamos essa eleição”, afirmou.
O presidente interino Michel Temer vai receber o novo presidente da Câmara dos Deputados ao meio-dia desta quinta-feira (14), no Palácio do Planalto. Em seu Twitter, Temer parabenizou Maia logo após o resultado da votação.
Eleição
Candidato do Planalto, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados no início da madrugada desta quinta-feira (14). Por 285 votos a 170, Maia venceu o líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF) no segundo turno.
Maia liderou no primeiro turno com 120 votos, diante de 106 de Rosso. A eleição foi secreta, e era necessário conseguir maioria absoluta, 257 votos. Sob aplausos, ele defendeu a democratização do plenário, abrindo espaço para deputados, além dos líderes de partidos e bancadas.
Após o anúncio do resultado do primeiro turno, partidos como o PDT e o PCdoB, declararam apoio ao candidato do DEM, em um esforço para romper a gestão Cunha. Rosso era considerado o candidato mais próximo ao deputado afastado.
Poderes do presidente
Rodrigo Maia vai liderar os trabalhos da Casa até fevereiro de 2017. Isto significa que é ele quem comanda as reuniões de líderes, escolhe quais projetos serão votados em plenário, além de poder decidir se abre ou não processos de impeachment contra o mandatário do País.
O presidente da Casa é o segundo na linha sucessória. Ele assume a Presidência do País, em caso de ausência do presidente interino, Michel Temer.
Maia também assume um orçamento de R$ 5,2 bilhões. Além da administração dos recursos bilionários, o presidente também conta com seguranças particulares e pode morar na residência oficial, onde todas as despesas são custeadas pela Câmara dos Deputados.
Fonte: HuffPost Brasil