Senadora Maria do Carmo Alves se mostra preocupada com cenário, e aponta necessidade de políticas públicas voltadas ao tema
A cada cinco profissionais brasileiros de grandes corporações, um sofre com a síndrome de burnout, condição caracterizada pelo esgotamento físico e mental em decorrência do trabalho. É o que mostra um estudo da empresa Gattaz Health & Results, apresentado no Congresso Brasileiro de Psiquiatria, cujos resultados preocupam a senadora por Sergipe Maria do Carmo Alves (PP). A parlamentar destacou que o levantamento revela uma realidade alarmante, devendo ser ponto de atenção para gestores e autoridades do campo da saúde pública para a formulação de ações e estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da síndrome, além de conscientização sobre a temática. Segundo ela, trata-se de uma questão coletiva, e não individual.
“Não há solução individualizada quando tratamos de um problema de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o burnout como uma doença ocupacional. São milhões de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros sofrendo de esgotamento, e isso tem consequências não só para sua vida, nos âmbitos profissional e pessoal, mas, também, para a economia do País. O desenvolvimento do Brasil depende dos nossos profissionais, e não teremos avanços se não tratarmos séria e concretamente tudo aquilo que lhes aflige”, enfatizou a senadora da República.
O estudo, que entrevistou 38 mil trabalhadores, mostrou, também, que 43% dos participantes relataram sintomas de depressão, dos quais 13% foram diagnosticados com a doença. Além disso, 24% dos profissionais afirmaram ter algum grau de ansiedade. O levantamento também observou que 9% dos profissionais que responderam à pesquisa revelaram ter problemas com a ingestão de álcool. “Tudo isso nos leva a um cenário não só de sofrimento pessoal, mas de baixa produtividade profissional. Uma pesquisa da OMS mostrou que a cada dólar investido no tratamento dos diagnósticos psiquiátricos é revertido em quatro dólares de retorno. Cruzarmos os braços diante do problema não é apenas relegar os nossos trabalhadores ao sofrimento, mas perder oportunidades de crescimento socioeconômico”, explicou ela.
Maria do Carmo Alves lembrou que, por vezes, patrões, empregados e a sociedade em geral enxergam o esgotamento físico e mental como um efeito natural do trabalho, a ser superado individualmente, ignorando a complexidade da patologia. Ela ressaltou que essa visão é limitada, e contribui não só para perpetuar a falta de conscientização a respeito do burnout, mas desincentiva, por exemplo, a busca por ajuda médica ou mesmo debates sobre o assunto entre trabalhadores. “O profissional é produtivo quando está bem, mental e fisicamente. Não somos máquinas ou robôs. Somos seres humanos e possuímos nossos limites naturais. Ignorá-los pode custar caro, em diversos sentidos”, salientou.
Por Assessoria de Imprensa