De acordo com o escolhido por Lula, a prioridade máxima do seu Plano de Governo é investir no fomento ao desenvolvimento econômico para, com isso, gerar emprego e renda para os sergipanos
O candidato ao Governo de Sergipe, Rogério Carvalho (PT), concedeu entrevista à Rádio Rio FM Aracaju e discorreu sobre alguns projetos defendidos para mudança da realidade vivida pelos sergipanos.
Durante sua passagem pela emissora, nesta terça-feira, 06, o escolhido por Lula destacou alguns pontos que ele considera importante para “acabar com a paralisa do Estado”, tendo como prioridade máxima o fomento ao desenvolvimento econômico e, consequentemente, geração de emprego e renda.
“Nosso estado, nos últimos anos, perdeu muitos investimentos relevantes, como empresas que estão aqui há de 60 anos, que ajudaram a promover o desenvolvimento de Sergipe, como a Petrobras, que foi responsável por alavancar o crescimento econômico do nosso Estado, e isso ajudou a formar uma classe média e classe média alta, movimentou a economia e foi responsável pelo crescimento de vários municípios de 1988 para cá. E ela foi embora”, afirmou.
Rogério Carvalho comentou que, com isso, houve a paralisação da “produção em terra e mar e parou a produção do estado. Isso é um baque muito grande, porque a outra empresa gera menos de 10% do que gerava a Petrobras”.
“Estamos vivendo um quadro muito ruim. Não tivemos grandes investimentos em agricultura e pecuária. E, ao invés de definir um modelo padrão de pequenos laticínios, fecharam os empreendimentos e isso diminuiu a exportação. O Banco do Estado e Governo não abriram, via Sedetec, linhas de crédito. Isso se refletiu em redução de emprego e renda, e toda a cadeia foi se desmontando”, disse.
Outros prejuízos
O futuro governador de Sergipe pontuou, ainda, sobre outros prejuízos que o Estado vem sofrendo ao longo dos últimos anos. “Na área da piscicultura, só temos uma empresa que apenas explora a produção e não divide a riqueza com os produtores. É preciso retomar isso. Porque a riqueza do beneficiamento, de forma certificada e dentro das exigências sanitárias e boas práticas, teríamos uma fábrica de ração, de beneficiamento”, contextualizou.
“Temos a fronteira norte com o Rio São Francisco que poderia produzir carnes nobres de peixes e isso não evoluiu. A produção de camarão é significativa e não tem beneficiamento. Não tem nada que vai deixando a riqueza aqui. Não temos indústria que beneficia o camarão, que produz farinha, laboratório de. Mandamos tudo para fora”, preocupou-se.
Outra grande dificuldade, que também está associada à falta de investimentos no setor produtivo, tem relação com a monocultura do milho em Sergipe. “Passamos a ser um grande produtor de milho, mas a produção vai para Pernambuco. Não temos granjas para produzir ração. Isso é papel do Governo, através de um banco de fomento”, revelou.
Soluções
Apesar de toda a trágica situação da economia do Estado, Rogério Carvalho mostrou que algumas soluções são possíveis e apresentou alternativas para mudança do quadro atual. “Vamos criar um fundo garantidor no Banese para que os produtores, junto a cooperativas, possam contribuir com o desenvolvimento, porque temos instituições para exerce nesse aspecto. Basta olhar para as cadeias produtivas. Ao final, teríamos muito mais renda e empregos gerados”, explicou.
“É preciso capitalizar o banco, porque não usa o recurso do banco. Isso precisa criar um fundo garantidor. Mas não somente com o Estado, mas com o setor produtivo aliado ao Governo. Assim gera uma onda de retomada econômica”, completou.
“O Governo precisa focar no desenvolvimento econômico”
Dentre às ações pensadas para o fomento econômico, Rogério Carvalho considera o debate sobre juros aplicados aos produtores um ponto bastante relevante. “Não se pode pensar em investimentos com os juros que o mercado oferece, mas compatível ao negócio. O negócio precisa se equilibrar, crescer e se desenvolver com as próprias pernas. Mas o Governo precisa foca no desenvolvimento econômico”, apontou.
“E isso não é conversa para boi dormir. Nós temos mantido contados. Fui à feira de petróleo e gás, em Houston, e tive um lugar de destaque e falei para grandes executivos de empresas petrolíferas do mundo. Me deram 5 minutos para falar, porque eles sabem que Sergipe tem gás e petróleo numa quantidade que interessa empresas mundiais”, garantiu.
“A Petrobras vai voltar a operar com toda força em nosso Estado”
O encerramento das atividades da Petrobras em Sergipe é, na visão de Rogério Carvalho, o ponto central da desestruturação econômica do Estado. E, nesse aspecto, ele expôs dados sobre a capacidade de produção do Estado.
“O bloco da Petrobrás já foi identificado a capacidade de produção e em apenas um dá para produzir mais de mil barris de petróleo por dia. Precisamos trazer os petroleiros de volta para perto de suas famílias”, disse.
Para resolver essa problemática, Rogério Carvalho anunciou que vai “pedir ao presidente Lula para trazer a Petrobras de volta, porque significa um conjunto de outras empresas que se agregam a produção”.
“Conversei com Lula e ele disse que chamaria todos os governadores logo no começo do governo, e ele falou que pediria três grandes obras. E tenho esses pedidos: implantar as plataformas, fazer o gasoduto e implantar um terminal de gás. Se a Petrobras tiver aqui, gasoduto e terminal, garantiremos o desenvolvimento do Estado e faremos as obras que quisermos, porque essas obras são fundamentais”, contou.
“Com isso, daremos um ganho enorme ao desenvolvimento do Estado”, arrematou.
Produção de gás
Além da produção petrolífera, Rogério Carvalho lembrou do enorme potencial em produção de gás existente em Sergipe, fator que, para ele, resultará na criação de fábricas de diversos setores. “Precisamos trazer fábricas de cimento para o Estado, mas, para isso, precisamos de energia. E, com o gás que vamos ter, vamos conseguir, porque o calcário está distribuído em todo o estado. Temos clareza de tudo que precisamos fazer, e sabemos como fazer”, informou.
“Vamos resolver o problema da falta de água em Sergipe”
Questionado sobre a problemática da falta de água em Sergipe, Rogério Carvalho disse que é “inadmissível ainda termos pessoas carregando balde de água no Estado”. “Falta água na Grande Aracaju, no Sertão, no Agreste. Alguma coisa está errada e precisamos resolver isso. Não é só problema de falta de água, mas de uma rede que abasteça, com água encanada dentro de casa. Ter milhares de pessoas sofrendo sem água é um absurdo. Porque onde tem água potável, tem desenvolvimento”, afirmou.
Ele pontuou, ainda, que a resolução deste “grave problema” é um “compromisso nosso ao longo de quatro anos de Governo”. “Precisamos iniciar um diagnóstico e mapeamento da rede. Não é concebível que uma cidade a 14km do rio São Francisco não ter água. Isso é absurdo! Foi feita uma adutora, segundo especificações do Banco Mundial, usando uma tubulação que foi determinação do Banco, mas que estoura o tempo todo. Precisamos rever isso. Chega. Não dá para ficarmos insistindo numa tecnologia e sistema que não deram certo. Precisa rever isso com urgência”, disparou.
“Estou com foco e estudando muito para mudar a vida das pessoas. Mas, para isso, precisamos mudar o jeito que se faz economia. Não vamos mudar a vida das pessoas se não melhorarmos a economia do nosso estado, ampliando as possibilidades de ganho”, complementou.
Turismo
“Precisamos ter uma conversa muito séria com as companhias aéreas e resolver. É um problema que precisa ser resolvido. É preciso conceituar melhor e organizar as experiências turísticas”, detalhou Rogério Carvalho sobre as ações que precisam ser feitas no setor turístico.
Ele também falou que é preciso “gerar o desejo com conceito desenvolvido”. “Para isso, é preciso estudo e, a partir daí, gerar uma campanha de incentivo nos locais de onde partem nossos turistas. Temos várias opções que ninguém conhece”, expôs.
“Não temos em Canindé, por exemplo, uma vila cenográfica funcional, onde as pessoas precisam se encontrar. Temos um lugar maravilhoso, de belezas naturais, mas que não tem um lugar de encontro à noite. O litoral sul precisa ser gerenciado ambientalmente para conservação, manejo e sustentabilidade para o Estado. Precisamos entrar nessa disputa para valer”, reiterou.
Retomada dos festejos tradicionais
Rogério Carvalho ainda pontuou sobre a necessidade de retomar o calendário de festejos do Estado, com foco no detalhamento da programação para que, com isso, o destino Sergipe seja apresentado em diversas localidades do País. “Precisamos restabelecer a Secretaria de Cultura para que a gente possa ter eventos culturais que sejam atrativos nacionais, articulado com o turismo. Porque tudo está atrelado”, discorreu.
“Turismo tem conexão com esportes, cultura, setor empresarial e com infraestrutura. E com transporte para trazê-los para cá. A divulgação é fundamental, mas só depois de reconstruirmos o conceito de se viver diferente. Tudo precisa ser repensado, olhando para o que as pessoas desejam ver”, detalhou.
“Se vende o capital, a gente perde o Banese e teremos que criar outro instrumento”
Questionado sobre a polêmica venda de capital do Banco do Estado de Sergipe (Banese) ao Banco de Brasília (BRB), anunciada há cerca de três semanas pelo Governo do Estado, Rogério Carvalho foi enfático: “Acho que a venda do banco, num fim do Governo, é algo desrespeitoso com o povo, porque o povo vai votar em 02 de outubro”.
“Acho que deveria deixar para que o próximo Governo decidisse isso, a partir da vontade popular. Quem está aí, já está no final. Só faltam 4 meses. Vai deixar o próximo governo sem alternativas? Isso é desrespeitoso e irresponsável com o povo de Sergipe”, disparou.
Ainda neste assunto, Rogério Carvalho assegurou que “se fizerem isso, que façam bem feito”. “Se fizerem mal feito, vamos atrás para saber porque fizeram à toque de caixa e repique de sino a venda de um banco. Se estiverem fazendo por algum interesse, que não seja o interesse público, vamos atrás com toda força. Não se justifica vender um banco faltando 4 meses para acabar o governo”, concluiu.
Fonte: Assessoria de Comunicação
Foto: Janaína Santos/Assessoria de Comunicação