A candidata ao Governo de Sergipe pelo PSOL, Niully Campos repudia veementemente o posicionamento do Fórum Empresarial de Sergipe, que deixou de fora do debate a única candidata mulher na disputa destas eleições. Com justificativa ínfima e descaradamente misógina, a falta de compromisso com um diálogo democrático de direito, por parte da organização do evento, acarretou um momento de desconfianças e descrenças no papel da mulher sergipana.
“O que notamos, em Sergipe, é que a mulher na política está reduzida apenas a coadjuvante das decisões do Estado. Ainda que o número de mulheres na política esteja crescendo, ainda somos colocadas num segundo ou até terceiro plano, e esta constatação não é mimimi, como os machistas autoritários, gostam de falar. Nestas eleições, eu, enquanto única candidata ao Governo de Sergipe, venho publicamente, cobrar nosso espaço de fala, direito e necessidade de nos mostrarmos sim detentoras de participar das decisões de nossa sociedade”, disse Niully.
Ao indagar o posicionamento da organização do debate montado pelo Fórum Empresarial de Sergipe, a candidata do PSOL, relembrou um detalhe importante nestas eleições. “Em Sergipe somos, nós mulheres, a maioria da população e a maioria também na hora de votar. Silenciar uma de nós significou silenciar também a maior parcela da nossa população, a parcela que certamente definirá estas eleições. Que democracia machista é essa que exclui uma candidata mulher de um debate com os empresários? Temos mulheres trabalhando em casa e que não recebem remuneração, temos mulheres sustentando casa sozinha, cuidando de filhos e tendo que colocar comida na boca de suas crianças, temos mulheres empresárias e temos também mulheres sendo violentadas de diferentes formas por uma sociedade dominada por uma minoria de homens”, pontuou Niully.
Plano de Governo para Mulheres
Niully Campos aproveitou a crítica ao Fórum Empresarial de Sergipe para questionar também quais dos candidatos homens, convidados para esse debate excludente, possuem realmente políticas públicas dedicadas às mulheres em seus planos de governo. “Vemos candidatos dizendo que se forem eleitos, as mulheres terão lugar de fala, mas ao lermos suas propostas de governo percebemos mais uma vez restos e cotas voltadas para as mulheres, tudo isso que será maquiado para se tornarem bonito nas redes sociais. Vemos muita enganação e pouca valorização da mulher sergipana. Eles não têm compromissos reais com as mulheres sergipanas, é fato!”.
Em nosso plano está bem nítido o papel que nós mulheres teremos em toda a nossa gestão governamental. “Vamos garantir renda básica para as mulheres em situação de vulnerabilidade, criaremos linhas de crédito e fomento à produção das mulheres rurais, quilombolas, indígenas, camponesas, extrativistas, e pescadoras. Faremos todo o possível na questão da proteção contra a violência, e para tanto criaremos o plano de combate ao feminicídio e à violência doméstica, com serviços de acolhimento emergencial. Teremos também programas de moradia e emprego às mulheres em situação de violência e tanto na Capital quanto nos interiores, teremos delegacias abertas sete dias por semana e 24h, voltadas para a proteção das mulheres sergipanas. Na saúde, criaremos centros de referências de atendimento à mulher em todas as cidades. Nosso programa de moradia para a população mais vulnerável, e que prioritariamente o imóvel esteja no nome das mulheres/mães (trans e cis) da família será uma realidade. Aqui, não se trata de pautar o tema mulher como atrativo de votos, como sabemos que muitos candidatos estão fazendo. Aqui a mulher sergipana, em nosso governo, será prioridade em todas as áreas e em todas as nossas políticas socioeconômicas e culturais”, informou a candidata.
Niully Campos pontuou ainda que um debate, que exclui as mulheres e outros candidatos, presta um desserviço à democracia. “Esse tipo de situação impede com que outros candidatos, com propostas concretas e programas de governos que se diferenciam dos demais, não tenham oportunidades de dialogarem com o empresariado Sergipe, que é uma parte importantíssima para pensar o desenvolvimento do Estado”, finalizou.
Foto: Acervo Campanha Niully Campos