O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (21), os resultados do módulo de Atenção Primária à Saúde, inserido na PNAD Contínua em parceria com o Ministério da Saúde.
A investigação, segundo o IBGE, objetiva avaliar o cuidado infantil prestado pelas equipes profissionais nas unidades de Atenção Primária à Saúde, a partir das respostas das pessoas responsáveis pela saúde das crianças menores de 13 anos de idade que receberam pelo menos um atendimento em uma Unidade Básica de Saúde ou em uma Unidade de Saúde Familiar. Esses respondentes atribuíram uma nota ao serviço então prestado, tendo como referência a última consulta realizada nos últimos 12 meses anteriores à data da entrevista
Nesse sentido, em 2022, 343 mil crianças em Sergipe com menos de 13 anos utilizaram algum tipo de atendimento médico nos últimos 12 meses. Deste total, 50,2% foram atendidos em unidades básicas de saúde (UBS), 31,8% em consultório particular ou clínica privada e 15,7% em Unidade de pronto-atendimento (UPA).
Em relação ao percentual de crianças que fizeram consulta de 1 mês até 6 meses anteriores à pesquisa, temos um total de 31,7% e 21% com consultas em um período superior a 12 meses.
Os cuidadores das crianças relataram que os principais motivos para o atendimento médico foram: 44,2% em consulta de rotina (revisão, check-up, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento), 22,3% em problemas respiratórios ou de garganta (gripe, sinusite, amigdalite, faringite, asma, bronquite etc.) e 33,5% relacionados a outros motivos (febre, diarreia, vômito ou outros problemas gastrointestinais; acidentes, fratura, lesão, machucado; alergias e outros).
Sergipe apresenta o 5º quinto maior percentual do país e 1º do Nordeste em que o motivo da consulta se dá por rotina. O Amazonas está em primeiro lugar no país, com 53,3%. Ainda, Sergipe apresenta o terceiro menor percentual do país em relação ao motivo da consulta se dar por problemas respiratórios ou de garganta (22,3%).
O IBGE ressalta ainda que a pandemia de covid-19, iniciada em 2020, pode ter interferido nesses resultados, devido às consequências da pandemia terem ocorrido de forma desigual em diferentes Regiões do País, e, também, na busca pelos serviços de saúde, uma vez que o primeiro local de atendimento ocorre principalmente na Atenção Primária à Saúde, seja em Unidade Básica de Saúde ou Unidade de Saúde da Família.
Dois novos indicadores
O módulo Atenção Primária à Saúde na PNAD Contínua 2022 incorporou dois novos indicadores para avaliação em saúde no SUS. O primeiro, o Net Promoter Score (NPS) que permitiu avaliar o atendimento em serviço de saúde para qualquer tipo de contato do usuário com uma Unidade Básica de Saúde ou Unidade de Saúde da Família, gerando uma nota-síntese para esse atendimento.
As Unidades da Federação com valores iguais ou superiores a 6,0 foram os Estados do Paraná (6,0), Santa Catarina (6,1), Rio Grande do Sul (6,0), Mato Grosso (6,4) e Distrito Federal (6,1); contudo, nenhuma Unidade da Federação atingiu a estimativa igual ou superior a 6,6, considerado o padrão-mínimo de qualidade para avaliação do grau de extensão e desenvolvimento dos serviços de Atenção Primária à Saúde no SUS. Por outro lado, os resultados encontrados sugerem ainda que Rondônia, Amazonas, Amapá, Goiás e Maranhão, avaliam com menores escores gerais os serviços prestados da Atenção Primária à Saúde em suas localidades, tendo em vista a avaliação de seus atributos.
Em Sergipe, esse escore foi de 5,6, abaixo do nível nacional, que registrou 5,7. Com isso, o estado está em 16º na classificação nacional.