O Pastor Antônio dos Santos, PSC, 61 anos, está no terceiro mandato de deputado estadual e já foi vereador de Aracaju. Na chapa de Valadares Filho, ele concorre à Vice-Prefeitura da Capital e vai avisando logo de largada: “Eu me vejo como um vice extremamente atuante, participativo da administração e procurando tornar real tudo aquilo que sempre sugeri estando no Legislativo. Quero aproveitar os quatro anos para intensificar este trabalho em favor dos habitantes de Aracaju”, diz.
Observador da cena política estadual, Antônio dos Santos vê Sergipe como um “Estado que está mergulhado na sua mais greve crise” econômica. Ele aponta como um paradoxo que o governador Jackson Barreto, sendo “um cidadão que não está tendo sucesso em sua própria gestão, que não está conseguindo administrar a contento as finanças do Estado, com os recursos em frangalhos, penalizando fortemente os aposentados e os servidores da ativa”, queira emplacar Edvaldo Nogueira, PC do B, como seu preposto na Prefeitura de Aracaju.
“Em sã consciência, (Jackson Barreto) não poderia pensar em querer eleger o prefeito da maior cidade do Estado. Ele jamais teria condição de tentar passar para o futuro prefeito o seu próprio legado negativo. Um legado de fracasso na gestão e um legado de desorganização na economia. Veja a deste governador: no orçamento mandado por ele para a Assembleia para o ano de 2017, teve a coragem de prever um déficit de R$ 300 milhões. Mais grave que isso: ainda agregando à receita futura R$ 200 milhões de venda do patrimônio do próprio Estado. Isso é um absurdo que aponta para um déficit real de R$ 500 milhões”, diz o deputado candidato a vice-prefeito. Veja a entrevista dele.
– Sob o ponto de vista do seu agrupamento político, como é que o senhor analisa esta campanha pela Prefeitura de Aracaju?
Pastor Antonio dos Santos – O nosso agrupamento abraçou a candidatura de Valadares Filho, tendo a mim como vice, porque vislumbra uma mudança muito importante nos destinos da cidade de Aracaju. Nosso agrupamento está muito simpático, coeso e disposto a construir uma Aracaju melhor, diferente para todos. Fico muito feliz em que, sendo um evangélico, um pastor, tenha a aprovação da minha entrada neste projeto para participar como co-gestor do nosso maior município.
– Que tipo de vice-prefeito o senhor seria, caso fosse eleito?
PAS – Estou na vida pública há quase 14 anos e toda minha vivência foi no Legislativo. Encaro o Legislativo como muito propositivo, apesar de ele não ter condição de executar. Eu me vejo nesta possível eleição como um vice extremamente atuante, participativo da administração e procurando tornar real tudo aquilo que sempre sugeri estando no Legislativo. Creio que com isso a população e o município ganham, porque serão eles que vão receber os benefícios do nosso trabalho. Não quero, e nem me proponho, ser um vice decorativo. Estou pronto para colaborar com a experiência alcançada ao longo da minha vida pública.
– Esta sua visão de não querer ser um vice decorativo encontra reciprocidade no eventual prefeito Valadares Filho?
PAS – Sim, até porque esta citação que faço deriva de uma frase usada por ele próprio. Foi Valadares Filho que declarou que esta futura administração será a quatro mãos. Como sou afeito ao trabalho, me sinto cada vez mais estimulado. Isso vem da infância. Comecei a trabalhar cedo e continuo na ativa. Ser vice-prefeito não significa parar ou diminuir o ritmo de ação. Quero aproveitar os quatro anos para intensificar este trabalho em favor dos habitantes de Aracaju.
– Houve quem estranhasse que o senhor sendo um deputado estadual aceitasse disputar um mandato de vice-prefeito, como se nisso estivesse um retrocesso de espaço. O que o senhor teria a dizer desta visão?
PAS – Não vejo desnível e nem demérito algum entre ser deputado estadual ou vice-prefeito de uma cidade como Aracaju. Vejo, inclusive, como uma grande realização pessoal para qualquer cidadão que ama a sua cidade participar da gestão dela. É o que estou me propondo ao lado de Valadares Filho, numa estrutura, como disse, em que não serei decorativo. Nada me diminui. Ao contrário: a Vice-Prefeitura sinaliza para mim um desafio de tentar fazer o que não foi feito e que vislumbramos como importante para os aracajuanos.
– Esta aliança que os senhores fizeram agora em 2016 tem algum tipo de barganha no futuro Governo?
PAS – Jamais. Não houve nada disso. Houve um entendimento, através do qual a gente vai priorizar a gestão municipal de Aracaju. Vamos mudar a forma de gerir esse município. Nisso não entrou barganha de Secretaria nem de órgão algum. Estamos trabalhando num projeto muito desejosos de ser eleitos para, só então colocar em prática o programa que, muito criteriosamente, foi elaborado. Um programa factível, possível de ser executado e que repercutirá positivamente na população de Aracaju. Não tenho dúvida de que os destinatários deste programa, que são os habitantes de Aracaju, ficarão muito felizes.
– Qual seria o ponto alto do programa de Governo que Valadares Filho e o senhor discutem hoje com a comunidade?
PAS – A valorização dos cidadãos, tanto dos servidores quanto dos habitantes de Aracaju, para mim é o ponto mais alto do Programa de Governo que juntos representamos. Valadares Filho tem dito algo que me agrada muito: “vamos gastar mais com as pessoas do que com a máquina administrativa”. Nesta frase, vejo muita simpatia por gente. Traduzindo: a maior parte dos recursos arrecadados retornará para os cidadãos na forma de obras, serviços e assistência social. E aí a população que paga os seus impostos e tem de volta isso em obras e assistência, sem dúvida, vai se sentir feliz. Porque a norma tem sido o cidadão pagar e não ter nada de volta.
– Qual a leitura que o senhor faz entre as dificuldades de um político como Jackson Barreto neste momento, cuja gestão não consegue pagar salários de servidor, e mesmo assim querer fazer o prefeito da Capital na pessoa de Edvaldo Nogueira?
PAS – Sinto a situação como extremamente paradoxal. Um cidadão que não está tendo sucesso em sua própria gestão, que não está conseguindo administrar a contento as finanças do Estado, com os recursos em frangalhos, penalizando fortemente os aposentados e os servidores da ativa, em sã consciência não poderia pensar em querer eleger o prefeito da maior cidade do Estado. Ele jamais teria condição de tentar passar para o futuro prefeito o seu próprio legado negativo. Um legado de fracasso na gestão e um legado de desorganização na economia. Veja a deste governador: no orçamento mandado por ele para a Assembleia para o ano de 2017, teve a coragem de prever um déficit de R$ 300 milhões. Mais grave que isso: ainda agregando à receita futura R$ 200 milhões de venda do patrimônio do próprio Estado. Isso é um absurdo que aponta para um déficit real de R$ 500 milhões. Olha, quando um cidadão administra um Estado e coloca em seu orçamento uma previsão de R$ 500 milhões de receitas a menos do que a fixação das despesas todos já sabemos para onde vai esta administração. Vai destruir os serviços da população. Não vai pagar a fornecedores, não pagará a servidores. Esse é o retrato do nosso Estado. De um Estado que está mergulhado na sua mais greve crise.
– O senhor quer dizer, então, que o aracajuano não gostaria de ver este quadro replicado sobre a gestão da Capital, através de um preposto do governador?
PAS – Logicamente que não quer. Eu, pessoalmente, não desejo para nenhum aracajuano uma gestão deste tipo. Se o padrinho do candidato do PC do B está administrando deste jeito, ele está oferecendo uma contribuição negativa para a população de Aracaju.
– Como é que o senhor recebeu as três pesquisas feitas e divulgadas – Ibope, Dataform e Dataplan – sobre a sucessão municipal de Aracaju?
PAS – Eu achei interessante que estas pesquisas tivessem apresentado o candidato do Governo do Estado, do PC do B e do PT estacionado. Nunca passou dos 28 pontos. Estamos vendo em cada pesquisa crescimento do candidato Valadares Filho e, nesta progressão de avanço de 5 pontos percentuais dentro de uma semana, em cerca de 10 a 15 dias – eu prefixo o 15 de setembro -, estaremos ultrapassando o candidato governista estadual. Pelo que nos parece, ele já chegou aonde tinha que chegar e dali não passará, e à medida que a população toma conhecimento dos projetos e propostas de Valadares Filho, ele vai crescendo.
“Valadares Filho tem dito algo que me agrada muito: “vamos gastar mais com as pessoas do que com a máquina administrativa”. Nesta frase, vejo muita simpatia por gente. Traduzindo: a maior parte dos recursos arrecadados retornará para os cidadãos”.
Por: Jozailto Lima