O que seria uma viagem para o reencontro da família acabou em drama. Essa é a realidade vivida hoje pela funcionária pública de Aracaju Nayara Maria Almeida Cerqueira, 35, que no início de março, acompanhada da filha de 12 anos, foi para a Itália buscar a mãe de 65 anos e uma tia. Por conta da pandemia do coronavírus, eles estão encontrando dificuldades para retornar ao Brasil e reclamam da falta de informações e de apoio das autoridades. A família sequer tem uma previsão para viagem de volta.
Em entrevista ao programa Sergipe em Debate, da 103 FM, Nayara Maria relatou a dificuldade em conseguir ajuda junto ao Itamaraty para que seja feita a repatriação. Segundo ela, existem informações que mais de 2 mil brasileiros estão na Itália aguardando a repatriação, no entanto ela e os familiares fazem parte de um grupo de 46 pessoas.
“Nosso contato é com o consulado. Só que é assim: Eles dizem que ficam impotentes diante da situação. Fazem o levantamento de quantos brasileiros estão aqui; se tem alojamento, se não tem; mandam formulários; respondem os emails. Mas, quando a gente consegue um contato telefônico mesmo, que consegue falar, eles relatam que não tem como intermediar, tem que ser direto com o Itamaraty e até agora o Itamarati não se manifestou”, contou Nayara Maria.
A funcionária pública lembrou que quando viajou no início de março para Itália, o país não estava em quarentena, pois os casos de coronavírus estavam concentrados na região norte e sua viagem foi para Formia, que fica na região central da Itália, próximo a Roma. “Vim buscar a minha mãe que estava aqui desde o ano passado. Quando viajei ainda não tinha começado a propagação do vírus”, revelou Nayara Maria acrescentando que na data do retorno, no dia 17 de março, todos os voos já estavam cancelados.
Apreensiva com a situação, Nayara Maria, os familiares e outros brasileiros que estão isolados na Itália aguardam ajuda do governo brasileiro para serem repatriados. “A gente segue a risca a quarentena. Só uma pessoa sai quando tem necessidade para ir ao supermercado, tomando todos os cuidados de prevenção. O que fica mesmo é a questão do psicológico, do emocional abalado, porque a gente tenta voltar para casa e não consegue”, desabafa.
Fonte; AJN1